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'WSJ': Samsung vive dilema para reconquistar consumidor após recalls do Note 7

Jornal norte-americano critica posicionamento da marca diante da crise

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Matéria publicada nesta segunda-feira (23) pelo The Wall Street Journal conta que depois de quatro meses de testes em mais de 200 mil telefones, a Samsung descobriu a causa do seu principal smartphone, o Galaxy Note 7, pegar fogo: Baterias ruins. Dois conjuntos separados de baterias com defeitos feitas por duas empresas diferentes, na verdade. É como se um meteoro atingisse sua casa — duas vezes. A Samsung está em pleno processo de pedir desculpas por causa da série de falhas que levou a dois recalls sucessivos do Note 7. 

Em entrevistas com o The Wall Street Journal, o diretor da divisão de celulares da Samsung, DJ Koh, e outros executivos compartilharam pilhas de fotos de testes, os resultados de sua investigação e os planos para melhorar o controle de qualidade.

Podemos confiar que a Samsung não deixará isso acontecer de novo? “Sinto muitíssimo pelo ocorrido”, disse Koh. A Samsung está “trabalhando o tempo todo para descobrir como recuperar a confiança dos clientes”.

> > The Wall Street Journal Why Samsung’s Battery Fix Gets a Grade C, For Now

Por ora, damos a esses esforços uma nota C, afirma WSJ. A Samsung claramente foi séria em investigar a questão com a ajuda de especialistas independentes, mas suas explicações às vezes deixaram dúvidas. Embora tenha desenvolvido uma nova checagem de bateria de oito pontos para a produção de telefones daqui para frente, não temos uma ideia clara se esses testes aumentarão a segurança ou simplesmente ajudarão a Samsung a se equiparar a outros fabricantes de smartphones de alto padrão.

O que está faltando para a Samsung é um momento Tylenol, avalia o Journal. Em 1982, a Johnson & Johnson fez um recall maciço depois que sete pessoas morreram ao tomar produtos da linha Tylenol contaminados com cianeto. Isso levou a empresa, e depois o resto da indústria, a repensar a embalagem de comprimidos: os consumidores passaram a ver os novos selos criados como uma marca de segurança e proteção. O trabalho da Samsung para criar um “selo” que os consumidores possam entender — e gerar mudanças em toda a indústria — ainda está incompleto.

O diário norte-americano acrescenta que se a Samsung não tem uma resposta completa para o que causou o problema, ela não pode efetivamente impedir que isso volte a ocorrer no futuro. É ótimo que a Samsung esteja assumindo mais responsabilidade, mas é difícil avaliar o impacto que as mudanças terão em uma indústria tão secreta. A Samsung informa que seu esquema de testes anterior obedecia aos regulamentos, mas era menos cuidadoso que o de rivais? A Apple, por exemplo, não respondeu a um pedido de informações sobre suas práticas de teste de bateria.

Surpreendentemente, a Samsung informa que não espera que os testes extras atrasem os lançamentos de smartphones. A nota C dada à Samsung reflete o fato de que o trabalho da empresa está incompleto. Se quiser melhorar sua classificação, é aí que ela deve investir, conclui The Wall Street Journal.