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Giovana Moraes e Pedro Salomão são novos coordenadores do curso de Pós em Roteiro da UVA

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A Universidade Veiga de Almeida convocou os experientes roteiristas Giovana Moraes, que trabalha há 13 anos na Rede Globo, e Pedro Salomão para assumirem a coordenação do curso de Pós-graduação em Roteiro para TV, Cinema e Multiplataformas. O curso começa no dia 8 de abril e terá  um ano e meio de duração. O objetivo é que o aluno aprenda técnicas de roteiro com professores que fazem parte do mercado de trabalho. Ao final do curso, os alunos irão mostrar seus projetos em um pitching para produtoras e canais.

Diante de um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico, Giovana Moraes e Pedro Salomão foram convidados para coordenar o curso de Pós-graduação em Roteiro para Televisão, Cinema e Multiplataformas da Universidade Veiga de Almeida. Com duas turmas começando nos campi da Barra da Tijuca, Tijuca e Cabo Frio a partir de oito de abril, os experientes roteiristas querem levar para a sala de aula como escrever na prática. “O curso tem uma turma em andamento, mas teve outra já formada. O nosso desafio foi o de reformular a grade de disciplinas para ajustá-la à realidade do mercado atual”, diz Giovana, que há 13 anos integra o time de roteiristas da Rede Globo e teve a ideia de fazer um pitching ao final do curso. Ou seja, os alunos poderão mostrar seus projetos para produtoras e canais.   

Um dos pontos altos do curso, que acontecerá de dois a três sábados por mês, é justamente facilitar a prática, já que a maioria dos alunos revelam ansiedade em relação ao escrever como trabalho diário. “Escrever muito, e sempre, faz de nós melhores narradores. A quantidade também leva a qualidade”, revela Pedro Salomão, acrescentando que a prática será direcionada, integrando os exercícios de escrita a todas as disciplinas.

Pedro revela ainda que o principal objetivo é formar roteiristas capazes de integrar o time de produtoras de TV, cinema e plataformas digitais. “Ninguém faz uma pós-graduação em roteiro para pendurar o diploma na parede. O texto audiovisual é um conjunto de palavras que querem ser imagens. Por isso, o objetivo é aproximar a produção dos alunos com as demandas das produtoras de cinema ou canais de televisão, entre outras mídias”, completa. 

Já a grade de disciplinas foi montada depois de muita pesquisa nos cursos de nível superior nacionais e internacionais. Os mais conhecidos e os que conseguem inserir alunos no mercado de trabalho têm sempre um ponto em comum: acompanhamento personalizado da prática. Para os coordenadores, cada projeto é diferente do outro e o professor só consegue ajudar o aluno se tiver esse atendimento individualizado. Isso passa por um equilíbrio que considera o número máximo de alunos por sala, estrutura tecnológica a disposição e conexão entre as disciplinas. “A grade que o aluno encontra hoje na Universidade Veiga de Almeida é o fruto dessa pesquisa conciliada com a nossa experiência prática e o perfil do roteirista brasileiro”, observa Giovana.

O momento é oportuno: à medida que o setor audiovisual se expande, seja beneficiado por cotas de tela ou mesmo pela multiplicação dessas telas, o mercado tem a necessidade de ocupar o espaço com conteúdo qualificado. “Porém, é também nesse momento que percebemos a pouca importância que sempre se deu no Brasil aos autores dessas narrativas ficcionais e documentais. Somos um país que lê pouco, consequentemente, que escreve pouco. Vamos preparar profissionais capazes de dar conta dessa demanda com qualidade. O estudante sairá daqui preparado para ocupar espaços”, diz Pedro.

Os coordenadores também buscaram professores que conciliam experiência profissional com formação acadêmica. “Infelizmente, no campo da narratologia, mercado e academia estão apartados há décadas. Ora temos em sala de aula um acadêmico, que tem a narrativa como objeto de estudo, mas é incapaz de converter uma tese em ferramenta dramatúrgica. Ora temos um profissional com domínio da prática, mas incapaz de fazer uma leitura crítica da sua própria produção. O nosso curso vai além dessa divisão sem sentido entre teoria e prática. Até porque, quem busca uma formação acadêmica é capaz de compreender melhor a sua própria prática profissional”, analisa Pedro.

Explorar um segmento interativo ou explorar o potencial transmídia não é mais um diferencial, e sim uma demanda para qualquer projeto audiovisual se viabilizar comercialmente. Segundo Giovana, novos meios exigem novos formatos e o roteirista precisa estar preparado técnica e artisticamente para as mídias digitais e interativas. “Houve um tempo em que falava da tal ‘caixa preta’, que condensaria todos os aparelhos, como rádio e televisão em apenas um. O cotidiano nos mostra que uma tela não substitui a outra, pelo contrário, elas se acumulam. Eu continuo consumindo audiovisual na tela que estiver ao meu alcance naquele momento da minha vida, seja na sala de estar ou na fila do banco”, finaliza.