DIVERSIDADE
Visibilidade Trans é celebrada em Mesquita, no Rio
Publicado em 02/02/2021 às 08:23
Alterado em 02/02/2021 às 08:29
O Centro Cultural Mister Watkins se transformou em um espaço de troca de experiências e de conscientização para a população trans de Mesquita. Foi realizada nessa segunda-feira (1º), uma roda de conversa em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, que é comemorado em todo 29 de janeiro. Diversas questões ligadas ao universo trans foram levantadas pelos convidados no evento organizado pela Subsecretaria Municipal de Assistência Social.
“Uma pessoa trans ainda sofre muito para viver em sociedade dignamente. Eu mesma sofri, mas tive suporte da minha família. Do jeito deles, mas tive, nunca deixei de ser amada. Infelizmente, essa não é a realidade da maioria das pessoas trans. Então, não podemos deixar passar em branco uma data tão importante quanto o Dia Nacional da Visibilidade Trans”, avalia Paulinha Única, representante do governo municipal na Coordenadoria de Diversidade Sexual.
Anfitriã do evento, Paulinha recebeu como convidados da roda e conversa o superintendente estadual de Políticas Públicas LGBT, Ernane Pereira; a ativista Nilza Nascimento, do Centro de Cidadania LGBT Baixada II (Queimados); a coordenadora do Centro de Cidadania LGBT Baixada III (Nova Iguaçu), Cátia Cilene; a ativista trans Laura Mendes, que faz parte da própria Coordenadoria de Diversidade Sexual de Mesquita; e Mônica Duriez, subsecretária municipal de Assistência Social de Mesquita.
“Já avançamos em algumas questões, como o nome social, por exemplo. No entanto, muitas pessoas trans não sabem que têm esse direito, assegurado por decreto federal e estadual. Ou então, quando sabem, alguns não fazem ideia de como ter acesso a ele. É importante a garantia de direitos e também essa conscientização de que eles existem e estão aí para serem cumpridos”, alerta o superintendente estadual de Políticas Públicas LGBT, Ernane Pereira, que frisou existirem 12 equipamentos públicos no estado do Rio – e três deles na Baixada Fluminense – para dar suporte não só à população trans, mas também a toda a população LGBT+, com equipes multidisciplinares compostas por profissionais como advogado, psicólogo e assistente social.
Um desses equipamentos é o Centro de Cidadania LGBT Baixada II, localizado em Queimados, onde atua a assessora técnica Nilza Nascimento. Ela era uma das mais atentas aos depoimentos dados por pessoas trans que estavam na plateia, durante o espaço aberto a perguntas e respostas.
“É fácil a gente falar sem ter a vivência. Uma coisa que é importante a gente lembrar é que hoje existe uma abertura para falarmos dessas questões, mas muitos morreram para que a gente chegasse até aqui”, lamenta a ativista.
Cerca de 50 pessoas estavam na plateia da roda de conversa, ou seja, cerca de 25% da ocupação total do espaço, que tem 200 lugares. O bate-papo foi aberta a perguntas, para que os presentes pudessem tirar dúvidas. Algo que chamou atenção foi o fato da maior parte do público ser composta por pessoas acima de 40 anos.
“É um desejo da Assistência Social criar um elo de aproximação também com o público mais jovem nessas questões. Já estamos planejando algumas estratégias, a partir da própria Coordenadoria de Diversidade Sexual, para conseguirmos isso. E também com a população trans masculina, que ainda não é muito presente nas nossas ações”, adianta Mônica Duriez.