A grave crise pela qual o sistema prisional brasileiro passa e que pode brevemente transbordar para outras regiões do país, principalmente a Sudeste, não será só pela "organização" de frentes ligadas ao comércio ilegal de drogas.
A omissão do Estado brasileiro, amparada na forte presença do racismo institucional impregnado nas estruturas da nossa sociedade, provocaram esse quadro pavoroso, que não é novo, mas que tende a tomar desastrosas proporções.
A dinâmica de invisibilização constante da população carcerária ou das graves violações ocorridas ali e que resultam em um terrível fomento ao ódio cada vez mais crescente em relação à sociedade e o combustível ideal para ações como as que pudemos assistir.
Não há mais tempo para ações pontuais ou propostas messiânicas, o que se precisa é de uma profunda reforma no que aí está. Há estudos e projetos já existentes, produzidos por especialistas, técnicos e estudiosos do assunto e comprometimento com uma mudança real, mais do que respostas pontuais.
* Colunista, Consultora na Ong Asplande e Membro da Rede de Instituições do Borel.