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Reforma em segurança pública não se faz com mais armas e mais polícia

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Neste domingo haverá um ato às 17 horas, protagonizado pelas mulheres do Complexo do Alemão, com o objetivo de chamar a atenção para os 8 dias ininterruptos de tiroteios na área.

Alheia à sequência de eventos que afetam a vida dos moradores do Alemão e de outras favelas que tem vivido uma rotina dramática, tão dramática quanto as cenas de completa desordem social e violência extrema no Espírito Santo, a sociedade parece completamente permeável ao contexto determinado aos mais vulnerabilizados.

É óbvio que há uma clara falência da governabilidade, e a exaustão da atual gestão e sua política de segurança direcionada aos pobres e marginalizados.

Este modo de lidar com as camadas populares só se traduziu em uma crescente perda de vidas humanas. Um verdadeiro desperdício de inúmeras possibilidades e uma gama de sonhos interrompidos, como, por exemplo, os jovens rapazes de Costa Barros, mortos com 111 tiros.

É urgente a necessidade de se pensar uma ampla e profunda reforma na Segurança Pública, começando por se entender que Segurança Pública não é a tradução de mais armas e mais polícia.

Enquanto os moradores do estado temem uma reprodução do que se vive no Espírito Santo, os moradores e moradoras do Alemão e de tantas outras favelas se organizam não por períodos de relativa paz, mas por permanecerem vivos(as).

*Colunista, Pesquisadora, Consultora na ONG Asplande e Membro da Rede de Instituições do Borel