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Moda: Bons motivos para a volta dos lenços

Divulgação -
Osklen antecipou em 2016 a atual onda de valorização dos padrões foulard
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Pode ser pela nostalgia dos anos 1960, quando turbantes e faixas arrematavam as perucas à la leonne. Ou uma forma mais acessível para vender peças assinadas. Também vale como camuflagem de um dia descabelado pelas ventanias praianas. O fato é que usar lenço volta à moda, por todas estas razões, como se viu nas coleções internacionais. Ou como exibiu a Osklen na coleção do verão 2016 toda na base das sedas de lenços.

Versões ricas

Os mais óbvios e que nunca deixaram de ser sonhos de consumo são os famosos carrés de soie - os quadrados de seda - da grife francesa Hermès. Os clássicos costumam ter padrões hípicos, como estribos, selas, cavalos. As séries recentes, desfiladas no local parisiense de corridas em Longchamps, no Bois de Boulogne, mostraram uma novidade: os lenços cortados em tiras, para usar como arremedo de gravatas em looks femininos ou masculinos. Chamados de twilly (pode ser o nome de uma personagem de jogos), são soluções de preço mais acessível em relação aos praticados pela grife francesa: enquanto o cobiçado lenço quadrado custa até 650 euros (R$ 2.869), estas novas tirinhas custam 145 euros (R$ 640). Uma camisa branca, a tirinha Hermès no pescoço, eis um look milionário.

Sem nostalgia

Já a linha da Pucci, a marca italiana criada por Emilio Pucci, valoriza novos tecidos e estampas das roupas em viscose, seda e lãs tecnológicas com a displicência estudada dos grandes lenços jogados nos ombros, nas estampas batizadas de Villa, Shell e Riviera. Os padrões coloridos já faziam sucesso no tempo psicodélico do Marquês Emilio Pucci, que, em 1965, embalou seu perfume Vivara em caixa com desenho de lenço. Mas para o holandês Josephus Thimister, atual consultor de criação da grife italiana, esta volta aos foulards de seda não representa uma nostalgia, e sim, um salto de energia, uma consciência das raízes.

Estilo mangá

O designer Alessandro Michele anda revolucionando a Gucci com suas propostas de looks mistos de streetwear, esporte e genderless, muitas vezes com estampas tiradas dos foulards. Mas na própria linha de lenços escapa dos tradicionais símbolos da marca - estribos, logos, cordas - e acaba de lançar uma linha figurativa, com desenhos de jogadoras do time Viva! Volleyball, em estilo mangá (precinho? 340 dólares ou sejam R$ 1.317,53).

Como celebração

Lenço também pode ser acessório quase indispensável, por motivos religiosos, como o hijab muçulmano. Ou como foi o caso da fotógrafa Martha Estima Scodro, que passou por tratamento quimioterápico e curada, decidiu celebrar dez anos do diagnóstico lançando uma coleção de belos lenços de seda em parceria com a designer Tita Nigri. Os maxilenços, que podem ser amarrados até como saias-pareôs custam R$ 290, os quadrados clássicos, R$ 200 e as faixas, ótimas para prender rabos de cavalo ou segurar o cabelo na academia, custam R$ 80.