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Clássicos de Natal

OSB e Sinfônica do Theatro Municipal fazem concertos com repertório que vai do período barroco ao século XX, a preços populares

Cicero Rodrigues/Divulgação -
Orquestra Sinfônica Brasileira apresentará hoje em seu repertório "O quebra-nozes" e "O Danúbio azul" , sob a regência de Lee Mills
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Entre obras de inspiração natalina e outros clássicos, o Theatro Municipal começa a semana com dois concertos especiais para a semana que precede o Natal. Hoje e na quarta-feira, a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) e a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal (OSTM), respectivamente, fazem apresentações que têm em comum “A Christmas festival”, do americano Leroy Anderson (1908-1975) e o russo Sergei Prokofiev (1891-1953) – representado por obras diferentes em cada dia.

Também da Rússia, a composição erudita mais conhecida com temática natalina abre hoje a programação da OSB, “Uma noite em harmonia”. Sob a regência do maestro Lee Mills, a orquestra apresenta “O quebra-nozes”, de Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893). Estreada um ano antes de sua morte, em São Petersburgo, a suíte sinfônica foi composta para o balé baseado em um conto passado em uma noite de Natal na Europa Oriental do início século XIX, daí sua estrita relação com os festejos de Natal.

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Orquestra Sinfônica Brasileira apresentará hoje em seu repertório "O quebra-nozes" e "O Danúbio azul" , sob a regência de Lee Mills (Foto: Cicero Rodrigues/Divulgação)

O conto, “O quebra-nozes e o Rei dos Camundongos”, do alemão E.T.A Hoffmann (1776-1822) foi adaptado pelo francês Alexandre Dumas (1802-1870), cuja versão foi a utilizada por Tchaikovsky.

A sequência traz duas composições sem relação direta com o Natal, a começar por “Troika”. Um dos cinco movimentos da suíte “Tenente Kijé”, de Prokofiev, ela foi composta em 1933, inicialmente para ser a trilha sonora do filme de mesmo nome, do diretor Sergei Yutkevich (1904-1985). Posteriormente, foi adaptada como uma suíte orquestral.

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Com diferentes obras, o russo Sergei Prokofiev está no repertório das duas orquestras sinfônicas (Foto: Reprodução)

Mais célebre valsa de Johann Strauss (1825-1899), “O Danúbio azul” vem em seguida, com sua leveza, antes de “A Christmas festival”, que fecha o programa da OSB. Composta em 1950 por Leroy Anderson, ela é construída sobre canções tradicionais de Natal como “Alegria ao mundo”, “Um Natal brilhante”, “Noite feliz” e “Jingle bells”.

Em casa

Na quarta-feira, o Theatro Municipal apresentará o “Concerto de Natal”, a cargo de sua orquestra sinfônica, sob a regência do maestro Claudio Cruz. O programa da sua Sinfônica começa com duas composições do período. O primeiro é o Concerto Grosso em sol menor, Op.6, Nº 8 (“Fatto per la notte di Natale”), de Arcangelo Corelli (1653-1713). Escrito em seis movimentos, foi publicado em 1714, um ano depois de sua morte. Nascido em Roma, ele foi considerado um dos principais expoentes do barroco italiano em sua época, famoso como violinista virtuoso e pelas arrojadas polifonias de suas composições.

Corelli era intimamente ligado à Basílica de Santa Maria Maior, também em Roma, cujo cardeal Pietro Ottoboni (1667-1740) foi o responsável por encomendar a obra para os festejos natalinos da paróquia.

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A Christmas festival, de Leroy Anderson, será tocada nas duas noites natalinas do Municipal (Foto: Reprodução)

A segunda peça da programação da OSTM tem as suítes “3ª, em ré maior” e “2ª, em sol maior”, da “Música aquática”, de Georg Friedrich Handel. Originalmente composta em três suítes, a obra deve a origem de seu nome ao fato de ter sido encomendada, em 1717, pelo rei George I, da Inglaterra, para ser tocada em um concerto dentro de uma barca navegando sobre o Rio Tâmisa. Nascido em 1685, na Prússia (atualmente, parte da Alemanha), o compositor havia se radicado cinco anos em Londres, onde viveria até a morte, em 1759.

Depois do intervalo, a programação salta dois séculos, com as “Danças romenas”, de Béla Bartók (1881-1945). Inspiradas em canções folclóricas da Transilvânia tocadas em flautas ou violinos e instrumentos de arco semelhantes, elas foram inicialmente batizadas como “Danças romenas da Hungria”, mudando de nome depois que a região passou a fazer parte da Romênia, com a queda do Império Austro-Húngaro.

Sua composição ocorreu na mesma época, durante a 1ª Guerra Mundial, com Bartók adaptando para orquestra, em 1917, os seis movimentos que escrevera dois anos antes, em princípio como curtas peças para piano. Do mesmo período, a OSTM prossegue com a “Sinfonia nº1, em ré maior, Opus 25”, de Sergei Prokofiev (1891-1953). Escrita entre 1916 e 1917, a obra, também conhecida como “Sinfonia Clássica” – nome dado pelo autor –, estreou em 1918, em São Petersburgo, tendo seu estilo de composição comparado ao do austríaco Joseph Haydn (1732-1809). Ela é apresentada em seus quatro movimentos originais: Allegro, Larghetto, Gavotte (non troppo allegro) e Finale – molto vivace.

A exemplo da OSB, a Sinfônica do Theatro Municipal também encerra sua apresentação natalina com “A Christmas Festival”, de Leroy Anderson.

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Serviço

OSB – UMA NOITE EM HARMONIA. Hoje, às 20h. Ingressos de R$ 2,50 a R$ 60.

OSTM – CONCERTO DE NATAL. Quarta-feira, às 19h30. Ingressos de R$ 5 a R$ 80.

Reprodução - A Christmas festival, de Leroy Anderson, será tocada nas duas noites natalinas do Municipal
Reprodução - Com diferentes obras, o russo Sergei Prokofiev está no repertório das duas orquestras sinfônicas