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Autêntica Editora lança o clássico Heidi, a menina dos Alpes em dois volumes

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Escrito em 1880 pela autora suíça Johanna Spyri,  Heidi, a menina dos Alpes se tornou um clássico da literatura infantil universal. Agora, vem integrar a coleção Clássicos Autêntica, que tem como proposta resgatar títulos que marcaram e encantaram inúmeras gerações de leitores. Os dois volumes de Heidi chegam em tradução direta do alemão por Karina Jannini e com ilustrações originais de Jessie Willcox Smith.

Fonte de descobertas e reflexões importantes para a vida de qualquer pessoa, a narrativa acompanha o crescimento e as aprendizagens de uma menina órfã que, aos 5 anos, é entregue por sua tia ao avô, um velho zangado e rabugento que vive isolado no alto de uma montanha dos Alpes suíços. A vida livre, as flores, os animais e as maravilhosas paisagens seduzem a menina, que logo conquista os moradores do vilarejo e até mesmo o coração do avô – que passa a não saber mais viver sem a menina ao seu lado.

Os volumes editados pela Autêntica na coleção Clássicos – e Heidi não foge à proposta – apresentam um projeto gráfico delicado, com uma pegada vintage, e um zeloso trabalho de tradução, numa linguagem mais próxima do leitor brasileiro contemporâneo, sem perder de vista o tom clássico dos textos.

Para a editora Sonia Junqueira, Heidi mostra ao nosso leitor “diferenças naturais, espirituais e culturais importantes, que se devem não só à distância e às diferenças geográficas entre a Suíça, onde se passa a maior parte da história, e o Brasil, mas também aos136 anos que separam nossa vida hoje, no século XXI, da vida das personagens”.

Para a autora best-seller Paula Pimenta, a personagem marcou sua vida desde a primeira leitura. “A Heidi foi uma das minhas primeiras amigas do mundo dos livros, por isso foi uma delícia reler agora e matar a saudade. Pude relembrar todos os sentimentos que o livro despertou em mim”, comenta na 4ª. capa do livro.  

Ao longo dos anos, o clássico já rendeu alguns sucessos e adaptações –  no cinema, em 1937, com direção de Allan Dwan e, em 2005, com direção de Paul Marcus. Já no universo do desenho animado, a história ganhou uma série produzida pela Nippon Animation e a Eizo Zuiyô, em 1974, com grande sucesso na Europa.

A coleção Clássicos Autêntica já publicou dois volumes de As mais belas histórias, com textos de Andersen, Grimm e Perrault, Pollyanna e Pollyanna Moça, de Eleanor H. Porter. Para 2017, a editora prepara O mágico de OzPeter PanAlice no país das maravilhas e Alice através do espelho, entre outros.


Depois que Dete foi embora, o velho voltou a se sentar no banco e soltou grandes baforadas do cachimbo. Fitava o chão e não dizia nada. Enquanto isso, Heidi se divertia explorando os arredores. Descobriu o estábulo das cabras, construído ao lado da cabana, e espiou dentro dele. Vazio. A menina continuou suas investigações e foi para trás da cabana, perto dos antigos pinheiros. Ali, o vento soprava tão forte por entre os galhos que até assobiava no topo. Heidi ficou parada, ouvindo. Quando o vento diminuiu, a menina voltou a se colocar na frente do avô. Ao vê-lo na mesma posição em que o tinha deixado, postou-se diante dele, com as mãos nas costas e começou a observá- lo. O avô levantou o olhar.

– O que quer fazer agora? – perguntou, pois a menina continuava imóvel.

– Quero ver o que tem dentro da cabana – respondeu Heidi.

– Então venha! – o avô se levantou e seguiu na frente.

– Traga sua trouxa de roupas – ordenou.

– Não vou precisar mais delas – explicou Heidi.

O velho se virou e olhou fundo nos olhos negros da menina,

que ardiam de curiosidade para ver as coisas dentro da casa.

– Ela não deve ser muito boa da cabeça – disse consigo mesmo.

– Por que não precisa mais das roupas? – perguntou, por fim.

– Prefiro andar como as cabras, que têm pernas bem leves.

Trecho de Heidi, a menina dos Alpes vol. 1