Numa cooperação técnica entre países em desenvolvimento, a Universidade Federal Fluminense vem realizando missões no arquipélago africano de São Tomé e Príncipe, com o objetivo de modernizar e aperfeiçoar os aparelhos estatais de comunicação desse país equatorial, entre os quais, a Televisão e o Rádio, além da criação de um portal na Internet, com informações de interesse público para os cidadãos santomenses.
Esse projeto, chamado São Tomé e Príncipe Plural, faz parte da Agencia Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores e representa, por um lado, um ação de capacitação e, por outro, um esforço de internacionalização de uma universidade brasileira.
O reitor da Universidade de São Tomé e Príncipe, Ayres Bruzaca, estará, portanto, representando o governo, no lançamento do livro que fala da sua gente, da sua história e das ações projetadas em comunicação e cultura, que visam o futuro do país e dos seus 200 mil habitantes.
Além da importância em si, do tema, muitas coisas curiosas e pitorescas são relatadas no livro, como a experiência do professor da UFF ao conhecer um estudante secundarista que lhe dissera, certa vez, ser um quilombola.
Na conversa, o professor lhe explica que no Brasil também tínhamos quilombolas, herança de nossa memória africana e, qual não foi sua surpresa, ao ouvir do estudante que ele assim era chamado por ser morador de um conjunto residencial muito conhecido em São Tomé, apelidado de ' Quilombo' , expressão chegada ao seu país com a conhecida novela brasileira ' A escrava Isaura' . Essas e outras passagens ajudam a refletir sobre alguns aspectos desse intercâmbio de mão dupla entre Brasil e África.
No livro, sobressai ainda o espírito leve e bem humorado do povo de STP, sigla que jocosamente é traduzida por eles como ' somos todos primos', aludindo ao grau de proximidade parental da maior parte dos habitantes das duas ilhas.
No debate, aberto ao público, o reitor Bruzaca debaterá com os professores Júlio Tavares e Maria Raimunda Soares, especialistas em relações étnico-raciais e cultura afro-brasileira, sobre a experiêcia de São Tomé e Príncipe e as possibilidades de cooperação Brasil-Africa.
Haverá ainda apresentação, para o público, do grupo de jongo ' Tambores da Machadinha' , de Quissamã.