ASSINE
search button

'Bloomberg': OPEP prevê para 2015 a mais fraca demanda em 12 anos

Compartilhar

“A OPEP alterou sua previsão de quanto petróleo bruto terá que fornecer em 2015 para o menor nível em 12 anos, em meio ao crescimento de suprimentos de xisto dos Estados Unidos e as estimativas de redução para o consumo global”, segundo matéria publicada nesta quarta-feira (10/12) pela Bloomberg. 

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo reduziu sua projeção para 2015 em cerca de 300 mil barris por dia, passando para 28,9 milhões por dia. Isso representa cerca de 1,15 milhões por dia a menos do que o montante que os 12 membros do grupo bombearam no mês passado, e a meta de 30 milhões de barris que eles reafirmaram em um encontro em Viena, no dia 27 de novembro. O impacto da queda de 40% no preço sobre a oferta e a demanda continua incerto, afirmou a OPEP.

“Os fundamentos assinalados no relatório parecem bem em baixa,” disse por email Abhishek Deshpande, analista de mercados de petróleo na Natixis SA, com sede em Londres. “Saldos orçamentais são um enorme problema para os membros mais fracos da OPEP, por isso não vou me surpreender se eles pedirem uma reunião de emergência no início do próximo ano.”

Os preços agora estão abaixo do que 10 dos 12 membros da OPEP precisam para que seus orçamentos anuais possam atingir um nível de equilíbrio, segundo dados compilados pela Bloomberg. Kuwait e Qatar são as exceções. Arábia Saudita, o maior membro da OPEP, tem US$ 742,4 bilhões em ativos de reserva, de acordo com dados da agência monetária do país. A próxima reunião da OPEP está marcada para o dia 5 de junho.

O petróleo bruto Brent, referência mundial, negociado a US$ 1,11 o barril, caiu em US$ 65,70 o barril às 12h54, horário de Londres. Ontem ele caiu a US$ 65,29 o barril, antes de se recuperar. O preço não tem atingido menos de US$ 65 desde setembro de 2009.

Queda de novembro

A demanda por petróleo da OPEP vai cair para 28,92 milhões de barris por dia no ano que vem, segundo o relatório. Isso se situa abaixo dos 28,93 milhões necessários em 2009, e o mais baixo desde o nível de 27,05 milhões por dia necessário em 2003, mostram os dados do grupo.

A produção dos 12 membros registrou uma queda de 390 mil barris por dia em novembro indo a 30,05 milhões por dia em meio a uma mais baixa produção na Líbia, segundo dados de analistas e organizações de mídia descritas no relatório como  “fontes secundárias.”

A produção da Líbia caiu no mês passado em 248.300 barris por dia para 638 mil por dia. O bombeamento no campo de petróleo de Sharara, o que mais produz no país, e o sítio vizinho El Feel site, foi interrompido depois que o Sharara foi confiscado por homens armados, de acordo com a Agência Internacional de Energia.

A produção também retrocedeu no mês passado na Argélia, Angola, Kuwait, Qatar, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, onde a produção caiu 60.100 barris por dia passando para 9,59 milhões.

Demanda menor

"A organização cortou projeções para a demanda mundial de petróleo este ano e o próximo. O consumo mundial de combustível vai aumentar em 1,12 milhões de barris por dia, ou 1,2%, em 2015 para 92,26 milhões por dia. Isso significa uma  redução de 70 mil barris por dia do relatório do mês passado.

A OPEP reforçou as projeções para o abastecimento fora do grupo em 2015 em 120 mil barris por dia. A oferta de países não-membros da OPEP, puxada pelos EUA, Canadá e Brasil, vai se expandir no próximo ano em 1,36 milhões de barris por dia passando para 57,31 milhões por dia. A produção de nações que não integram a OPEP vai crescer este ano em 1,72 milhões de barris por dia, cerca de 580 mil por dia a mais do que as estimativas iniciais da organização.

O total de estoques de petróleo nas economias mais desenvolvidas do mundo se manteve em 15 milhões de barris acima de sua média de cinco anos registrada em outubro, em 2,7 bilhões de barris, mesmo tendo caído em 5,1 milhões de barris, segundo o relatório.

A redução nas projeções de demanda “reflete o ajuste para cima  da oferta de não-membros da OPEP assim como a revisão para baixo na demanda global,” disse hoje o departamento de pesquisa com sede em Viena em seu relatório mensal do mercado de petróleo", conclui a matéria da Bloomberg