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Miro Teixeira disputará o Senado na coligação de Romário

Informação circulava em festa que reuniu políticos do Rio no La Fiorentina, no Leme

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O deputado Miro Teixeira (Rede) será o candidato ao Senado da coligação de Romário (PODE), que disputa o governo do Rio de Janeiro. A informação circulava, na noite de segunda-feira (23), em uma comemoração que reuniu nomes importantes da política fluminense no tradicional restaurante La Fiorentina, no Leme. 

Quatro dias após o início do período de convenções partidárias, as eleições foram um prato cheio para os presentes. Do tucano Otávio Leite ao psolista Chico Alencar — que também tenta uma cadeira no Senado — todos aproveitaram a ocasião para trocar impressões sobre o início de corrida eleitoral.

Em meio a tantas correntes, um consenso: “uma eleição nunca esteve tão atrasada”, resumia o deputado federal Alessandro Molon (PSB), em referência às dificuldades para formação de palanques e a escolha de vice-candidatos a pouco mais de dois meses do pleito. 

Com a conquista do chamado Centrão pelo presidenciável Geraldo Alckmin ainda recente, Otávio Leite garante que os esforços do PSDB no estado servirão à campanha nacional. Por isso, negocia com Romário (PODE), Eduardo Paes (DEM) e Indio da Costa (PSD), todos ao mesmo tempo. Quem oferecer mais em escala nacional, leva. Como os partidos de Paes e Indio já são aliados naturais, a melhor estratégia pode ser acumular o apoio de Romário. Nessa linha, os tucanos tentam convencer o Baixinho a dividir o palanque dado a Álvaro Dias com Alckmin.

Se depender de Marco San, chefe de gabinete do senador do Podemos, tudo é possível.  “Agora que o mundo político entendeu que a campanha do Romário é para valer, todos estão nos procurando”, diz. Sem corte ideológico, San afirma que o PDT também sinalizou positivamente a uma aliança, caso possa indicar o vice da chapa e contar com o apoio à cruzada nacional de Ciro Gomes. 

O apoio mais certo de Romário, porém, vem mesmo da Rede, de Marina Silva. Para eleger Miro Teixeira ao Senado, o partido entrará com tudo na campanha do Baixinho. “Não discutimos uma secretaria sequer. O ponto central dessa aliança é o estado do Rio, que precisa voltar a ser discutido. Vamos sanear as contas do estado e aproveitar o potencial universitário único que temos aqui para gerar emprego e desenvolvimento”, diz Miro.

O movimento do grupo de Romário é uma reação à esperada coligação que começa a se desenhar em torno do ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), que conta com o apoio do MDB, a maior força do estado. Nas redes sociais, Paes, atual executivo da montadora chinesa BYD, tenta se afastar do antigo partido. Os adversários prometem não deixar. “O PMDB vem disfarçado de DEM e isso vai ser lembrado. Eduardo é parte da turma do Cabral e não vai chegar ao segundo turno”, diz Molon.

Adversário direto, o pré-candidato ao governo Indio da Costa (PSD) faz carga ainda maior. “Eduardo é Cabral e vice-versa. Quem articula essa campanha é o [Jorge] Picciani [ex-presidente da Alerj] e o ex-governador de dentro da cadeia”. Indio não esconde que esse será o tom de sua campanha e dos colegas. O deputado, que integrou a atual Prefeitura de Marcelo Crivella, circulava no evento munido de informações sobre a gestão Eduardo Paes. Mais do que isso, mostrava a quem quisesse ver um vídeo sobre a “Turma do Guardanapo”, em que Paes aparece. O vídeo teria sido criado pela candidatura do ex-governador Anthony Garotinho (PRP), que corre por fora e ainda tenta o apoio do PT e partidos menores como o PPL.