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Em "dia de Sócrates", Corinthians leva penta com sofrimento

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O domingo de 4 de dezembro de 2011 começou de luto. Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, mais conhecido como "Doutor Sócrates", ou "Magrão", morreu vítima de infecção intestinal no Hospital Albert Einstein. Horas depois, o Corinthians - clube em que ele fez história com o numero 8 às costas - entrava em campo e conquistava o titulo do Campeonato Brasileiro após empate por 0 a 0 diante do arquirrival Palmeiras, em dia marcado por emoção, homenagens e festa.

O domingo ficou caracterizado por inúmeras homenagens ao ex-jogador. Nas televisões, rádios e jornais, os ex-companheiros de profissão dele iam aos microfones e relembravam com saudosismo do amigo. "Era um cara diferenciado", disse Casagrande, companheiro da época de "Democracia Corintiana", que rendeu ao time alvinegro os Paulistas de 1982/83. "O Magrão era um grande cara", definiria Zé Maria.

Classificado pelos mais variados tipos de amigos como alguém de bem, Sócrates era um cara feliz. Gostava de festejar na cidade natal, Ribeirão Preto, sempre em companhia de conhecidos e parentes. "Ele sempre foi um ídolo, uma referência", acrescenta Neto, em conversa com o Terra.

E, por uma ironia do destino, dessas inexplicáveis mesmo, Sócrates deixou a vida em dia de "final" para o Corinthians - o time do coração que o próprio dizia ser "um estado de espírito", conforme faixa desfilada no Pacaembu em homenagem ao ídolo minutos antes da partida.

O Pacaembu, em festa, transpirava a Sócrates nos quatro cantos. Camisas, faixas, bandeiras, cânticos... Até os famosos se renderam ao ídolo e compareceram ao estádio, como foi o caso do apresentador Serginho Groisman: "eu não ia vir, ia acompanhar pela TV, mas depois que soube da morte dele precisei vir prestar essa homenagem. E nada melhor que o título para isso".

Dentro das quatro linhas, o cenário se repetia. Um grupo de 50 crianças entrou no estádio com um cartaz alusivo ao ex-meia, enquanto telão e alto-falantes anunciavam frases de saudosismo ao eterno camisa 8. Os jogadores, por suas vezes, se renderam à idolatria e ergueram as mãos durante o 1 minuto de silêncio, em referência à famosa comemoração de gols de Sócrates. Em um gesto emocionante, foram acompanhados pelos quase 40 mil torcedores no estádio.

Com a bola rolando, o cenário continuava. Festa nas ruas e nas arquibancadas, homenagens, músicas. O Corinthians parecia apenas querer administrar a vantagem que lhe dava o título com um simples 0 a 0. Por 90 minutos, a equipe alvinegra segurou o maior rival, enquanto a nação corintiana disparava fogos sem parar pelas esquinas do Pacaembu - feito que se repetia exaustivamente desde as 11h.

E foi assim, de maneira saudosa e sofrida, mas festiva e feliz, que os corintianos passaram a tarde de domingo, 4 de dezembro, dia da morte de um grande ídolo.

O Corinthians era pentacampeão, e dava uma merecida homenagem ao seu maior camisa 8 em todos os tempos. O apito final do árbitro Wilson Luiz Seneme entoou de forma quase despercebida pelas arquibancadas do Pacaembu, palco de tantos célebres gols de Sócrates, pois a festa já acontecia há muito tempo... Talvez, do jeito que o "Magrão" gostaria de dizer adeus...