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A preciosa rota da linha de fundo

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Os dois belos gols marcados no jogão entre Flamengo e Grêmio foram construídos em lances muito parecidos. Um pela direita (o do tricolor), o outro pela esquerda (o do rubro-negro). Ambos em jogadas de linha de fundo, com cruzamentos rasteiros para a área. A diferença é que o passe de Leonardo Moura foi mais para trás, encontrando Luan, livre, na marca do pênalti; enquanto o de Renê dirigiu-se para a pequena área, onde Lincoln se antecipou à zaga gremista, para empatar a partida no último minuto.

Esse tipo de jogada costuma ser mortal e fico espantando em ver como, no futebol brasileiro, anda relegada a um segundo plano, em prol dos repetidos cruzamentos altos que, em 90% dos casos, não dão em nada. O outrora famoso “overlapping”, introduzido por aqui por Cláudio Coutinho, no final dos anos 70, quase sumiu do mapa e, no entanto, continua a ser meio caminho andado para a linha de fundo. É incompreensível a ultrapassagem dos laterais ter sido praticamente abandonada pelos técnicos daqui.

O Flamengo de Maurício Barbieri é um time cada vez mais entrosado e, graças a um excelente toque de bola, capaz de ditar o ritmo da partida, mesmo contra adversários fortes jogando em casa, como aconteceu na última quarta-feira, notadamente nos últimos 25 minutos, que foram de uma pressão impressionante. O problema, porém, continua a ser botar a bola na rede, entre outras coisas porque todos os seus centroavantes, que deveriam ser os artilheiros, andam devendo.

É bem possível que o jovem Lincoln enfim tenha uma oportunidade de começar jogando, amanhã, no novo duelo contra o Grêmio, agora pelo Brasileiro. A ocasião é perfeita, inclusive porque os gaúchos, preocupados com a Libertadores, devem entrar com uma formação reserva. É fundamental, entretanto, que a bola chegue no garoto, pois, justiça seja feita, não vinha chegando em Dourado, nem em Guerrero, nem em Uribe.

Uma das formas mais eficientes para que isso aconteça é através das jogadas de linha de fundo, com cruzamentos rasteiros, como os que originaram os dois gols na Arena do Grêmio. Ficar cruzando alto para o centroavante, isolado, no meio de uma zaga mais alta e que está de frente para a bola é condená-lo ao fracasso. Seja ele qual for.

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Esperança

A entrada de Vitinho no ataque tende a melhorar a vida de qualquer centroavante rubro-negro. Na cerca de meia-hora em que esteve em campo atraiu os marcadores, buscou as tabelas e entrou na área, com enorme disposição. Everton Ribeiro, Lucas Paquetá e Diego trabalham mais na intermediária, rondando a área, deixando o atacante isolado e, muitas vezes, obrigando-o a sair dela. Será muito interessante se Barbieri começar amanhã com Lincoln e Vitinho. A dupla pode dar ao ataque do Fla o upgrade que falta para tornar mortal uma equipe que já é muito eficiente.

Em tempo: os três pontos, desta vez, são fundamentais para manter a liderança no Brasileiro e o moral alto para o jogo contra o Cruzeiro, na quarta-feira, no Maracanã, pela Libertadores.

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Dedo podre

A demissão de Marcos Paquetá após cinco jogos, com quatro derrotas, expôs de forma crua a incompetência do comando de futebol do Botafogo. Quem o escolheu? Baseado em que? No seu currículo no mundo árabe? O pai da criança deveria ser demitido junto com ela. Até porque já tem na conta outra canoa furada, quando escolheu Felipe Conceição, o Tigrão, para dirigir o time, no início do ano.

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Mais uma batalha

O tricampeão mundial de Fórmula 1 e atual presidente de honra da Mercedes Niki Lauda, 69 anos, trava mais uma batalha contra a morte. Com vários órgãos do corpo comprometidos, desde o trágico acidente sofrido quando pilotava uma Ferrari, em Nurburgring, em 1976, ele teve que se submeter, agora, a um transplante de pulmão e seu estado é crítico. Em 1997 e em 2005, Lauda já sofrera transplantes dos rins. Força, Niki!

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A volta do Fab Four?

O próximo US Open pode ter, enfim, a volta do “Fab Four” numa mesma competição. Jogando o ATP 500 de Washington, Andy Murray conseguiu importante vitória sobre o seu compatriota Kyle Edmund, que este ano derrotou Djokovic. É improvável que Murray entre em condições de disputar o título que já conquistou em Nova York mas, de qualquer forma, é sempre bom voltar a vê-lo na chave principal, juntamente com Federer, Nadal e Nole. Como está com o ranking baixíssimo (entrou em Washington como o número 832), tem grandes possibilidades de encarar um dos componentes do quarteto fabuloso logo nas primeiras rodadas. 

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Bicho errado

A má fase do Botafogo acabou me remetendo a outros tempos bicudos do Glorioso, quando nele ainda pontificava Túlio Maravilha.

- Ao invés de ir pra frente, nosso futebol tem andado de marcha à ré, feito tartaruga (?!?!) – disparou.

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A foto da fortuna

Cruzeiro e Paraná. Título praticamente assegurado para os mineiros, time posado para a tradicional foto e o zagueirão Cris emenda:

- Vamos lá, pessoal, vamos tirar a foto para a “prosperidade”.