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Tour HT por Punta del Este - o melhor do vinho em Bodega Garzón

Fomos conhecer a adega e os vinhedos em cenário paradisíaco e localização privilegiada do Uruguai

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Para encerrar o nosso tour por Punta del Este, fomos conhecer a Bodega Garzón com seus vinhedos e um cenário paradisíaco em uma localização privilegiada do Uruguai, próxima a Punta del Este, La Barra e José Ignacio, pontos de muita badalação e que atraem turistas do mundo todo. Bodega Garzón é considerada “o paraíso turístico uruguaio” por uma paisagem deslumbrante, o passado preservado e a alta tecnologia em produção de um dos melhores vinhos do mundo e que abriga ali um dos restaurantes mais sofisticados da região.

A histórica conta que o mega empresário do setor energético Alejandro Bulgheroni e sua mulher, Bettina, descobriram o potencial desta região próxima à costa atlântica em 1999 e resolveram transformá-la em “uma pequena Toscana no Uruguai”. Criaram a empresa Agroland, um sonho familiar, que hoje também produz um dos melhores azeites extra-virgem do mundo, o Colinas de Garzón, que eu contei aqui, além do vinho com grife premiada mundialmente. São mais de 4.300 hectares destinados a estas produções de alto valor agregado.

Só para lembrar para vocês, o Uruguai é um dos países mais importantes no mundo vitivinícola latino-americano. O clima temperado favorece o cultivo da videira e o casal de empresários encontrou neste local, a 28 quilômetros de José Ignacio, a terra propícia para o cultivo de oliveiras e vinhedos.

Projetaram Bodega Garzón, uma indústria de tecnologia de ponta e totalmente sustentável. Hoje é considerada um símbolo do Uruguai a 160 metros de altura do nível do mar, nas serras de Garzón. O respeito ao meio ambiente, a simbiose com o cenário natural faz da arquitetura do local uma obra de arte. A bodega ou adega tem 19.050 metros quadrados e é a primeira sustentável com certificado LEED (Leadership in Energy & Environmental Design) construída fora dos Estados Unidos. Como nos contou o executivo de vendas da empresa, Alvaro Perez, a empresa segue as rigorosas exigências do United States Green Building Council (USGBC). “Somos o que chamam de edifícios verdes, no nosso caso, uma adega verde em sua totalidade”, disse Alvaro.

A arquitetura do local é assinada pelo escritório Bórmida & Yanzón de Mendoza, na Argentina. O programa de sustentabilidade foi desenvolvido por profissionais com currículo do USGBC – Certificación LEED. É tudo lindíssimo: o terraço, as pedras em granito gris, a iluminação, as caves. Na recepção há uma escultura em madeira com mais de 2 toneladas. Próximo ao living há uma biblioteca. Toda a madeira utilizada conta com certificação florestal FSC que avaliza as práticas em prol do meio ambiente. A partir dali, a gente conhece o wine bar e o restaurante top top. Uma porta gigantesca de vidro dá acesso a um deque de onde podemos avistar o horizonte de videiras. A arquitetura contemporânea integrada à paisagem é algo de deixar o turista encantado. Tudo foi pensado para a construção: um estudo do terreno foi elaborado para que o consumo de energia fosse reduzido em 40% a outras construções, o aproveitamento da água da chuva é total, reduzindo o consumo de água potável e por aí vai..

As caves no subsolo aproveitam as condições naturais de temperatura e umidade. Há aberturas estratégicas para permitir o fluxo do vinho por gravidade, processos mil para minimizar a emissão de CO2, paisagismo que protege a biodiviersidade e a preservação do habit, as águas pluviais são tratadas, iluminação exterior reduzida para minimizar o impacto noturno ao ecossistema, redução do consumo energético baseado na implementação de equipamentos de alta eficiência, geração de energia… um luxo.

O projeto de todo o vinhedo contou com assessoria do enólogo italiano Alberto Antonini e uma equipe de experts. Segundo ele, “conhecendo-se o terreno em profundidado, pode-se elaborar vinhos com muita personalidade do local, A biodiversidade, a estrutura do solo e sua composição, as colinas proporcionam aos vinhedos a influência de uma brise fresca que vem do oceano e fazem de Garzón um lugar único para a elaboração de vinho de primeira qualidade”. São, realmente, um dos vinhedos mais lindos do mundo.

Entre as variedades se destacam Tannat, Pinot Noir, Albariño, Viognier, Sauvignon Blanc y Pinot Grigio, entre outras. Todo o trabalho de colheita é manual. Ao receber a uva, máquinas de última geração serão utilizadas assim como tanques de fermentação. A Bodega tem capacidade total para 2,2 milhões de litros distribuídos em três setores de fermentação.

Relembre nosso tour por Punta del Este

Mostrei ainda nessa série como valem aqueles programinhas calmos, tipo tomar um sorvete na filial do Freddo ou desfrutar da orla para tomar um banho de sol, desde as praias mais afastadas àquelas próximas, tipo a Playa dos Ingleses ou a Playa Brava, onde se encontra La Mano, a escultura criada pelo chileno Mario Irrazábal para o Primeiro Encontro Internacional de Escultura Moderna ao Ar Livre, realizado pela Intendência de Maldonado em 1982. A obra, que reproduz dedos gigantes como se fosse uma enorme mão saindo da areia, fez tanto sucesso que está lá até hoje e virou point na cidade. Ir Punta e não tirar uma foto no local é semelhante a ir a Paris e não passar na Torre Eiffel para dar aquela espiadinha.

Impossível também não aproveitar a ida ao porto da cidade para dar uma volta pelo píer, alimentando os leões marinhos que esticam seus pescoços, bem preguiçosos, sabendo que vão ganhar alimento farto. Bem verdade que a cidade prima por opções de lazer para agradar a todos os estilos, com consumo de alto nível, a começar pela emblemática Calle 20, endereço de grifes chiques como Ermenegildo Zegna, Calvin Klein, Louis Vuitton, La Martina e até duas lojas Valentino, uma com as coleções normais e outra que é o paraíso dos shoppers, uma ponta de estoque com preços convidativos.

O meu mais recente vídeo com direito à reportagem foi sobre Casapueblo, construção, que começou a ser feita pelas mãos de Carlos Páez Vilaró (1923-2014) em 1958, toda branca e que inspirou Vinicius de Moraes (1913-1980) a imortalizar o local com a música “A casa”. Está localizada a aproximadamente 16 km da região central de Punta del Este, em Punta Ballena, e é uma verdadeira obra de arte de onde se pode observar o mais lindo e poético pôr-do-sol.

Dando prosseguimento à minha série, quero abordar aqui a visita que fiz à fábrica-boutique de Colinas de Garzón, onde é produzido o saborosíssimo azeite uruguaio que faz história no mercado internacional. De propriedade de um bilionário argentino do ramo pretolífero e energético, a fazenda a cerca de uma hora de Punta é tratada com destaque dentre os negócios do grupo e nas terras bem cuidadíssimas podem ser avistados exemplares da fauna sul-americana como emas, capivaras, raposas e gaviões. Bem verdade que a grife não fabrica somente azeites, mas vinhos, azeitonas e amêndoas, estas salgadas com pimenta negra, uma delícia! E as instalações podem ser ponto turístico daqueles amantes da boa mesa, que podem marcar um appointment pelo local e até degustações, onde os produtos podem ser saboreados com pães produzidos no local.

E mais: uma guia especializada comanda o passeio, com o público circulando entre os silos de armazenamento de última geração e conferindo todo o processo de coleta (nos vinhedos e oliveiras), extração do óleo e preparação dos azeites em salões com recursos audiovisuais e paredes que se movem automaticamente, revelando vitrines. São 700 hectares de oliveiras plantadas e uma imersão no mundo maravilhoso da oliva. São mais de uma dúzia de variedades de culturas oriundas da Itália, Espanha, França, Israel e da Argentina.

A linha de azeites de oliva extra-virgem da marca é premiada internacionalmente. O tipo monovarietal (feito com a azeitona coratina, em cor dourado profundo e ideal para carnes de caça, peixes vermelhos e como complemento de queijos fortes), o bivarietal (produzido com dois tipos de azeitonas – arbequina e coratina –, de cor amarelo puro e sabor frutado, com sensação picante na garganta e perfeito para massas, arroz, peixes brancos e saladas de folhas amargas) e até o trivarietal, que leva três tipos: coratina, barnea e picual, bom para carnes e mariscos de sabores fortes, peixes vermelhos e saladas étnicas). E, para fechar, vale mencionar o azeite de corte italiano, fabricado com as azeitonas do tipo frantoio e leccino, bem polivalente: é adequado para todos os tipos de carne, sopas, molhos e para cozidos na grelha. Uma dica de um passeio imperdível!