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Hit do verão: pochetes se tornam o acessório queridinho da estação

Demonizado nos anos 90 e 2000, o acessório surge como tendência da temporada, no Carnaval e nas ruas

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* Por Rafael Moura

Com o esquenta das baterias, o rufar dos tambores, a animação das marchinhas de carnaval e o calor das festas do Verão 2017, as pochetes já garantiram seu ingresso vip nos melhores eventos do Rio de Janeiro. O acessório, que reinou nos anos 80 e foi demonizado pelos "policiais do estilo" nas décadas seguintes, agora faz seu retorno triunfal, como protagonista em muitos looks de street style entre os mais descolados, afinal garante conforto, segurança e as "mãos livres" para curtir a animação da estação.

A palavra pochete teve sua origem na França, quando a Maison Pourchet, uma tradicional fábrica de bolsas com mais de 100 anos, passou a produzí-la em grande escala. Pochete é uma variação de Pourchet. Já no século XII, quando teoricamente nasceu a moda, a bolsa de cintura já mandava um "olá", o cronista florentino Giovanni Villani mostra sinais de sua existência em um trecho de um dos seus textos. “Nesses tempos, as pessoas começaram a mudar de hábitos e roupas desmesuaradamente. (…) Começaram a usar roupas apertadas à moda catalã, colares e bolsinhas na cintura e na cabeça, a vestir chapéus sobre o capuz. (…)” Apud G.Mafai, Storia della Moda.

Presente como coadjuvante ao longo da história da moda, a pochete estava lá, tímida e aparecendo com diferentes formas ao longo dos anos. No século XI ganhou a forma retangular e eram presas aos cintos, sendo usadas por homens e mulheres. Mas foi no século XII que ela virou protagonista, ainda chamada de pockets, se tornou um acessório de moda e começando a ser mais elaborada e enfeitada. Com a influência do streetwear, nas décadas de 80 e 90 a pochete teve o seu grande ápice. Apareceu em todas as cores e materiais, era raro não ter uma.

Até que um a "fashion police" levou ela para o topo da lista "brega" e se tornou o acessório mais cafona do mundo, sendo banida, esquecida no fundo do armário ou até jogada no lixo. Se você não sabe, ainda, onde encontrar o acessório must have da estação, a gente selecionou marcas com as pochetes mais legais do momento, para todos looks, gostos e bolsos. Então fica de olho e já vai escolhendo a sua.

A carioca Acorda, tem o upcyling como base na criação de seus produtos, mesclou os elementos africanos e a mistura de referências urbanas para lançar a coleção "Transcender", inspirada no Afrofuturismo. Criada por Luana Maria e Michelle Andrade, em 2015, trazem a mistura de tecidos com diferentes padronagens como proposta principal da marca. As bolsas são desenvolvidas a partir de tecidos de decoração descartados, doações de marcas e trocas no Banco de Tecidos, além de malotes bancários que são desmontados para ganharem novas formas, valorizando a exclusividade e o slow fashion.Como a dupla é apaixonada pelo carnaval resolveu criar peças especiais para esta super festa. A coleção cápsula de carnaval, traz pochetes com muita cor, franjas e até glitter.

Ainda nesse conceito do upcycling, a Casas Mimo, que nasceu com essa ideologia. O reaproveitamento de materiais, customização de roupas e acessórios, fazem parte da criação trazendo produtos inovadores, com muita personalidade e diferencial, tornando-se peças desejo, sempre com muito glamour. A marca reflete o estilo de vida de cinco amigos (Alex Lemos, Diego Honorato, Luciano Rufino, Michael Marcellus e Willian Jacob), negros, gays que esbanjam muita personalidade na cidade do Rio de Janeiro.

Diversão é a palavra de ordem na Poch. A pocheteria carioca criada a partir dos deliciosos devaneios das sócias Paloma Borges e Thaissa Becho, surgiu em fevereiro de 2015, com o lema "esqueça tudo que você sempre soube sobre pochetes", afinal essa dupla que tem o fun design na veia, acaba de lançar a coleção "Coisas Que" com 23 modelos que passeiam entre o lúdico e o surreal, divididos em Coisas Que Voam, Coisas Que Crescem, Coisas Que Vivem na Água, Coisas Que Quanto Mais Melhor, Coisas Que Nadam, Coisas Que Hmmm!, Coisas Que Vivem Em Cima e Coisas Que Vivem Embaixo. É o acessório perfeito para dar um toque de humor nos seus looks.

Ainda no universo do lúdico, a Dai Bags, marca original da cidade de Sorocaba, interior de São Paulo, foi criada por Daiane Lucio, no início de 2009. Após se formar e trabalhar na área de Gastronomia deixou seu lado da criação falar mais alto, iniciando a confecção de bolsas com estampas feitas por meio de uma técnica de colagens, empregada a um ótimo bom gosto no uso das cores. O que faz toda a diferença pra quem gosta de peças únicas e originais. A marca usa e abusa de estampas divertidas e design moderno.

Para encerrar a nossa lista, a Melissa acaba de lançar sua primeira pochete, que tem o design como palavra chave. Desenvolvida em cinco cores: bronze, glitter, neon, preto e rosa, a Melissa Pochete reúne toda a irreverência, praticidade e liberdade de expressão da década em uma só peça, combinando estilo com o design apaixonante de suas criações. Full plastic, com fechos laterais e zíper frontal preto, o modelo traduz uma proposta de personalidade para a composição de produções democráticas e versáteis, sem abrir mão do conforto e do inconfundível cheirinho das coleções da marca.

SERVIÇO:Acorda: www.useacorda.com e nas lojas Void.

 Casas Mimo: @CasasMimoDai Bags: www.facebook.com/DaiBags

Poch: www.facebook.com/pochpochetes nas lojas Void General Store (Lojas RJ e POA), no Clube Melissa Ipanema e FARM

Melissa: www.melissa.com.br

* Rafael Moura é jornalista e produtor de moda. Coordena coordena um grupo de pesquisas que tem como foco o comportamento no Rio de Janeiro, especialista em branding e estratégias de comunicação, além de professor de Jornalismo, produção e marketing de moda.