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Cortes maiores na Selic são prováveis para os próximos meses

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Devido à incerteza quanto ao cenário econômico de 2018, o Banco Central poderá acelerar os cortes na taxa básica de juros, a Selic, para não ter que alongar o ciclo para além de onde não consegue enxergar. A opinião é de Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Para Thadeu, que é ex-diretor de Política Monetária do BC, qualquer decisão de política monetária tomada agora surtirá efeito só no ano que vem. "Por isso, também seria melhor elevar o ritmo de corte na Selic", disse a Broadcast da Agência Estado, há pouco, com base na leitura que fez da ata da 205ª reunião do Copom, que cortou a Selic na semana passada em 0,75 ponto porcentual para 12,25% ao ano. "O que se sabe é que 2017 será um ano bom em termos de inflação [o próprio modelo do BC aponta inflação de 3,8%], e o dólar não deve subir muito. Mas, para o ano que vem, não se sabe se teremos choques, se a inflação seguirá baixa e se o dólar não vai subir por causa de medidas adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump", disse Thadeu de Freitas. Para ele, o único setor que está segurando a economia do Brasil é o agropecuário. "A indústria e o comércio continuam com resultados ruins. A economia não vai bem, e juros altos só vão aprofundar a crise", reforçou.

Quanto ao fato de o Banco Central condicionar parte do seu mandato de corte de juro ao desempenho da condução da política fiscal, o ex-diretor acha que a autarquia pode estar cometendo um erro porque os efeitos do fiscal só se consolidarão daqui a dois anos. "Se o BC mantiver o juro elevado esperando os resultados do fiscal, ele vai aprofundar ainda mais a recessão econômica no País", alertou.