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Confiança das famílias segue em recuperação lenta

Condições econômicas instáveis e custo elevado do crédito ainda são entraves

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A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou 78,2 pontos em março de 2017, em uma escala de 0 a 200. Apesar de continuar abaixo da zona de indiferença (100 pontos), o índice aumentou 1,4% na comparação mensal e 0,9% em relação a março de 2016.

“Mesmo com os cortes na taxa básica de juros e a liberação de saques em contas inativas do FGTS, o maior volume de dinheiro em circulação deverá ser usado, primeiramente, na quitação de dívidas e redução do endividamento. Em seguida, ele seguirá para o consumo”, aponta Juliana Serapio, assessora econômica da CNC.

Emprego em alta

Os dois componentes ligados ao emprego registraram pontuação acima da zona de indiferença. Emprego Atual atingiu 108,3 pontos e registrou alta de 1,8% em relação ao mês anterior e de 2,5% na comparação com março de 2016. Já a Perspectiva Profissional atingiu 103 pontos, um aumento de 1,1% ante fevereiro. Na comparação anual, manteve-se estável. O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego atual é de 31,5%.

Queda no consumo

Com a menor pontuação mensal (51,1 pontos), o subitem Nível de Consumo Atual apresentou queda de 2,4%, ante fevereiro, e recuo de 4,1%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. A maior parte das famílias, 60,8%, declarou estar com o nível de consumo menor do que no ano passado. Já o componente Compra a Prazo teve aumento de 2,5% na comparação mensal e queda de 5,2%, em relação a março de 2016.

Após sete meses de alta, o subitem Momento para Duráveis teve queda de 1% na comparação mensal. Na comparação anual, no entanto, apresentou aumento de 6,6%. A taxa de juros ainda está alta para o consumidor, e a maior parte das famílias (70,3%) ainda considera o momento desfavorável para a aquisição de duráveis.

Expectativas

A perspectiva de consumo das famílias cresceu 3,1% em relação a fevereiro de 2016. Na comparação anual, o índice apresentou aumento de 13,1%, a sexta variação anual positiva desde agosto de 2014. O índice registrou 69,7 pontos.

A CNC espera relativa estabilidade nas vendas do comércio em 2017. A desaceleração da inflação já auxiliou na redução do ritmo de perdas do varejo no último trimestre de 2016. O volume vendido caiu 1,2% no quarto trimestre ante o terceiro trimestre do ano passado e após recuo de 1,6% no trimestre anterior.

Acesse aqui análise completa, os gráficos e a série histórica da ICF.