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A cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil

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Foi entregue na quarta-feira (8) o relatório final da CPI do Senado do Assassinato de Jovens no Brasil, que investiga as mortes da Juventude no país. O objetivo da Comissão foi identificar as principais causas e os seus respectivos responsáveis pela violência letal da nossa juventude, a fim de criar mecanismos de prevenção da violência e de combate ao genocídio da juventude negra.

Tendo em vista que os mesmos jovens negros são as maiores vítimas da violência letal em todo território nacional, vemos a necessidade urgente de criar mecanismos de contenção da política genocida no Estado Nacional. Os números do estatuto da Juventude apontam que: 77% dos jovens que morrem assassinados no Brasil são negros e 93% do sexo masculino. A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no País. Segundo o Mapa da Violência entre 2002 e 2012, houve aumento no número de assassinatos de jovens negros de 32%. No mesmo período, observou-se uma redução equivalente de mortes de jovens brancos.

Em entrevista para a Agencia Brasil sobre o lançamento do relatório o Senador do Partido dos Trabalhadores, Lindbergh Farias (Relator da CPI) afirmou que “o que existe hoje no País é uma política de extermínio da nossa juventude, e em especial da nossa juventude negra, pobre, moradora das periferias. Hoje nós temos no Brasil uma média de 60 mil homicídios por ano, 50% desses são jovens, 77% dos jovens são negros e moradores das periferias”

O senador lembrou ainda o assassinato dos jovens do bairro de Costa Barros no Rio de Janeiro em 28 de novembro de 2015. “Eles foram assassinados pela polícia. Viram cinco negros no carro e atiraram. Foram centenas de tiros. Eles foram completamente executados. Eles tinham saído de casa para fazer um lanche”, repudiou Lindbergh. 

A juventude brasileira está sendo exterminada! Os vilões são os de sempre: a polícia, milícias e pelo o tráfico de drogas. Muito em razão dos autos de resistência, da militarização das PMs e do fracasso dessa atual política de ‘guerra’ às drogas. É tarefa de todo cidadão denunciar as formas de violência que envolve a nossa juventude. É obrigação de cada cidadão e cidadã se comprometer em dar um fim neste genocídio. 

*Walmyr Júnior é morador de Marcílio Dias, no conjunto de favelas da Maré, é professor, membro do MNU e do Coletivo Enegrecer. Atua como Conselheiro Nacional de Juventude (Conjuve). Integra a Pastoral Universitária da PUC-Rio. Representou a sociedade civil no encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ.