Matéria publicada neste domingo (21) pelo Clarín conta que o nadador olímpico americano Ryan Lochte pediu desculpas nesta sexta-feira (19) por não ter sido “mais cuidadoso e sincero” em seu relato falso de que tinha sido roubado no Rio de Janeiro. No entanto, a imprensa nos Estados Unidos está acabando com ele, qualificando-o de “insuportável” e “arrogante” e comparando-o até com o polêmico candidato republicano Donald Trump. O nadador, 12 vezes medalhista olímpico, e outros três nadadores americanos denunciaram que tinham sido roubados, colocando a cidade anfitriã da Olimpíada em uma situação constrangedora. Mas o relato deles foi gradualmente caindo aos pedaços à medida que vazavam vários vídeos que desmentiam o que eles tinham falado. Eles não tinham sido vítimas de um roubo, a história era outra. Ao sair de uma festa, fora da Vila dos Atletas, eles pararam em um posto de gasolina para usar o banheiro. Ali, urinaram nas paredes e quebraram coisas. Dias depois, Lochte viajou para os EUA. Alguns dias mais tarde, seus companheiros foram retirados do avião em viajariam de volta para casa e tiveram seus documentos e passaportes apreendidos. Mais tarde, após prestar depoimento, eles foram autorizados a viajar.
“Lochte é o que todo o mundo odeia nos americanos”, disse o New York Post. “Arrogante, mas sutil, uma atitude de superioridade, mas inconsciente”, disse o jornal.
O Miami Herald escreveu que “ao se apresentarem como vítimas, Lochte e seus amigos mostraram o mesmo ar de superioridade de Donald Trump: os Estados Unidos são o número um e sua república bananeira do Terceiro Mundo (o Brasil) é incivilizada comparada conosco”.
O texto do Clarín afirma que a colunista do The Washington Post, Sally Jenkins, foi lapidária:
“Há uma categoria especial de americanos insuportável representada pelo 'bro' (irmão) Lochte, com sua camisa, jeans e calçado exclusivo de nobuk, que ele mostrou nas redes sociais naquela noite na festa com a etiqueta do preço”. Lochte tinha tuitado uma foto dos sapatos onde dizia: “Nós temos 6k (6.000 dólares) aqui embaixo”. “Lochte está acabado como figura pública, é claro. O que provavelmente seja a forma mais efetiva de justiça para alguém que pelo visto precisa de muita atenção. O esquecimento é o que ele merece”, disse Jenkins.
O Clarín fala que o esculacho também chegou às redes sociais onde, além de mentiroso, ele é qualificado de traidor por ter fugido de suas responsabilidades e abandonado os amigos no Brasil, enquanto descansa nos EUA. Um tuíte mais engraçado diz que a água da piscina olímpica do Rio ficou verde porque Lochte tinha urinado lá. Outro tuíte mostra uma fotomontagem de Lochte no fundo de uma piscina encadeado a uma bola onde se lê “lies” (mentiras). A condena social e midiática é comparável à que o dentista americano, Walter Palmer, recebeu há pouco tempo quando matou o leão Cecil, no Zimbábue.