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O início do fim

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A TV Globo divulgou uma denúncia fantástica, na qual obteve documentos que só podem ter saído dos responsáveis pelos inquéritos que estão passando o Brasil a limpo. Após a revelação feita pela reportagem, sem qualquer tipo de dúvida, não cabe ao governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, outro gesto de grandeza senão a renúncia.

O Rio vive a crise de fome no serviço público, com a burocracia travada por falta de dinheiro, os hospitais sem remédios e infraestrutura básica, doentes sem poder ser atendidos, segurança pública com risco absoluto por falta de salário, a Receita sem poder arrecadar pela crise econômica que o Brasil vive, mais de um milhão de funcionários públicos diretos e indiretos, terceirizados e aposentados, arrastando um buraco financeiro onde a solução para alguns desesperados é a própria vida.

O Rio não pode ser governado por uma autoridade que pede paz e compreensão, quando parte dessa crise foi criada pela corrupção. Corrupção esta que a TV Globo, quinta-feira (9), mostrou sem sombra de dúvida que envolve o governador, sem que ele possa se justificar. 

E o governo não pode sobrar para nenhum desqualificado, também envolvido em corrupção. A chapa não pode ser cassada porque, abrindo esse precedente, a chapa Dilma-Temer também poderá cassada, pondo fim também ao governo federal.

As deficiências do vice-governador na locomoção não são piores que as de Franklin Roosevelt, que governou em cadeira de rodas. 

O fim da União Soviética, que era um bloco maciço e forte, também foi em função da corrupção que invadia aquela fortaleza que todos imaginavam ser a segunda potência do mundo. Imagine o estrago que a corrupção faz aqui, onde não somos potência? E imagine mais de 80% da população brasileira, sendo 90% desses, pobres, que vivem com dificuldades, assistindo a tudo isso? O que pode acontecer? 

O Rio de Janeiro não é Vitória. É sim a caixa de ressonância do Brasil. A renúncia ou a expulsão inexoravelmente virá se o povo for alimentado pelo ódio que todo dia o abastece com notícias de corrupção. 

Como pode viver o povo o qual seus governantes têm iates, diamantes, brilhantes e contas secretas quando, há 20 anos, o patrimônio desses mesmo governantes não valia mais de um milhão de reais, mesmo corrigido?

Em 2013, o JB já alertava para os reflexos da crise e da corrupção no ânimo do povo.

>> Opinião: a segurança pública e a perigosa estratégia da cizânia

O que quer o poder corrupto? Ser julgado pelo povo? Aguarde, poderão ser julgados.