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Sérgio Côrtes e as denúncias sobre o Into

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Após ser empossado diretor do Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into), em 2002, Sérgio Côrtes iniciou uma revisão nos contratos, e denunciou compras ilícitas feitas pelo instituto com dinheiro público, com desvio de R$ 2,5 milhões. A partir daí, Côrtes passou a sofrer ameças contra a sua vida. Foram mais de dez ao longo do processo. As irregularidades iam desde superfaturamento a pagamentos de serviços nunca prestados. 

Côrtes teve inclusive seu gabinete invadido duas vezes. Na primeira, Côrtes encontrou seu paletó amarrado a uma gravata simulando um enforcamento, seu computador pessoal destruído e um jaleco picotado. Além disso, recebeu uma ligação anônima em que foi ameaçado de morte "se continuar se metendo". Na outra invasão, três dias depois da primeira, criminosos cortaram cabos do computador do médico. 

"Sei que estou contrariando interesses, embora esteja apenas cumprindo a lei. Temo por minha família, mas o que me dá forças para continuar é saber que estou ajudando a construir um futuro melhor para meus filhos", disse na ocasião Côrtes. 

A expectativa do Jornal do Brasil com relação à delação do ex-secretário de Saúde do governo de Sérgio Cabral, Sérgio Côrtes, se baseia justamente no fato de ele ser um conhecido delator no importante caso do Into. A grande qualidade de Sérgio Côrtes, nas ascensões que teve na vida, foi justamente delatando. 

E como ele trabalhou muitos anos com Sérgio Cabral, a quem o Ministério Público Federal qualifica como chefe de organização criminosa, e tendo ele participado de toda a intimidade do ex-governador, o JB esperava essas delações.

Contudo, a assessoria de Sérgio Côrtes enviou nota à redação do JB afirmando que o ex-secretário não fará delação premiada. 

Veja a nota: 

"A assessoria do médico Sérgio Côrtes esclarece que ele não está sendo investigado nem responde a nenhum inquérito. Portanto, não teria motivo para fazer delação premiada."

O JB só quer comunicar à assessoria de Côrtes que a expectativa com relação à sua delação foi baseada no que ele sempre fez na vida, delatando médicos com o espírito de delator que achávamos que ele poderia ter.