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Os corruptores são os mesmos

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Em dezembro de 1993, a CPI do Orçamento, realizada no Congresso Nacional, desvendou um esquema de corrupção envolvendo empreiteiras e políticos, com base em documentos recolhidos pela Polícia Federal na residência de um diretor da Odebrecht. Até hoje, a empresa age da mesma forma.

Na época, descobriu-se que uma holding formada por 12 construtoras, comandada pela Odebrecht, garantia a divisão equitativa das obras realizadas com recursos do Orçamento entre as empreiteiras. As licitações eram fraudadas ou previamente acertadas, e a vencedora repassava 36% do valor da obra à holding.

Entre as empresas participantes do esquema estavam algumas das mesmas empreiteiras cujo envolvimento na Operação Lava Jato é de conhecimento de todos: OAS, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e a própria Odebrecht.

24 anos depois da CPI do Orçamento, com o país mergulhado em uma crise institucional e econômica, o Tribunal de Contas da União (TCU) fez um acordo com a Lava Jato que livra a Odebrecht, a Camargo Corrêa e a Andrade Gutierrez de punições pela Justiça, em julgamento que será realizado nesta quarta-feira (22).

Um acordo costurado por procuradores da força-tarefa da operação em Curitiba com ministros da corte prevê a suspensão da pena de inidoneidade para as três empreiteiras, permitindo que elas continuem firmando contratos com o governo federal.

Há décadas, o Brasil observa as mesmas empreiteiras envolvidas em esquemas de corrupção, e ainda assim elas recebem permissão para continuar participando de licitações para obras em todo o país.

Por que políticos corruptos ficam inelegíveis por oito anos como punição por seus atos ilícitos, enquanto as mesmas empresas corruptoras continuamente recebem passe livre para continuar destruindo a nação?