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Chegou o fim

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Uma pesada discussão entre os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, na quinta-feira (26), marcou a sessão do Supremo Tribunal Federal. No ápice do bate-boca, houve troca de acusações graves:

Mendes se dirigiu a Barroso afirmando: "Não sou advogado de bandidos internacionais". Por sua vez, Barroso respondeu: "Não transfira para mim a parceria que Vossa Excelência tem com a leniência em relação à criminalidade do colarinho branco".

O episódio se soma a uma série assustadora de fatos que vêm chocando a população, nas mais variadas esferas:

A invasão de quadrilhas disputando o comando da Rocinha; um comandante da Polícia Militar assassinado; 112 policiais militares mortos e mais de 600 vítimas de balas perdidas no Rio de Janeiro só este ano, com cerca de 70 mortes.

Segmento da imprensa ataca a PM como se a instituição fosse composta por bandidos, após  uma turista espanhola ser atingida quando passeava num lugar cujos perigos até a mídia de seu próprio país alertava. Em diversas reportagens, o jornal espanhol El País destacava a violência na Rocinha, desmoralizando a própria segurança do nosso país: 

"A situação na Rocinha está fora de controle", afirmou em reportagem do dia 23 de setembro

"A Rocinha, onde moram oficialmente 70.000 pessoas, vive em estado de exceção", dizia outra reportagem.

Reações muito diferentes das manifestadas quando um policial inglês assassinou um brasileiro dentro de um metrô. Naquela ocasião, a imprensa, submissa e envergonhada de ser brasileira, não atacava a polícia inglesa. Mas hoje ataca um soldado e um tenente que são pais de família, e que estavam nas ruas para nos proteger. 

Pudesse não só o Brasil, mas vários países do mundo ter uma polícia tão brava quanto a nossa, que mesmo desprovida de qualquer tecnologia moderna para se proteger, se arrisca para a proteção da sociedade.

Um ladrão condenado a mais de 70 anos de prisão afronta um juiz, que discretamente o recolhe para onde já deveria ter sido recolhido há muito tempo, pelo risco que oferece à sociedade. 

O Congresso diz que não vai aprovar as reformas fundamentais para o país, ao mesmo tempo em que vota pelo não prosseguimento de inquérito sobre denúncias feitas por órgão competente a fazer.

A lei se torna o sustento, a segurança, a proteção maior de um povo que não tem nada a não ser ela como única esperança. Mas a Casa que manda nas leis, obedecendo ao que está escrito e fazendo respeitar o que manda a Constituição, é vista por mais de 100 milhões de brasileiros sendo palco de um duelo em que um de seus representantes - que admite que o trabalho escravo é igual ao que ele exerce - ser acusado de leniência, julgando com preferência. E o país não vê qualquer reação. Um espetáculo tão grave e deprimente não mereceu da própria Casa nenhuma abertura de sindicância para que povo pudesse ter consciência que não há nada mais importante e superior à lei. 

Se há acusações, elas têm de ser apuradas e comprovadas. Se esta Casa finge não ver o que acontece, contrariando a lei, como o povo pode estar se sentindo? Chegamos ao fim?

Não foram "joesleys", nem parlamentares corruptos, nem carregadores de malas, nem bunkers de malas. Foram acusações feitas por ministros do STF.