Matéria publica no periódico argentino Página 12 nesta segunda-feira (23), conta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confessou sua tristeza ao ver o "colapso" do projeto político do Partido dos Trabalhadores (PT), fundado por ele, se diz pronto para concorrer as eleições de 2018 e reconhece que o presidente suspensa Dilma Rousseff "deve corrigir muitas coisas e fazer uma profunda reforma política" quando retomar o comando.

Segundo a reportagem, Lula expressou sua tristeza no dia 12 deste mês, quando acompanhou Dilma Rousseff em sua despedida do Palácio do Planalto, horas depois do Senado votar pela abertura do processo contra a presidente. "Eu não queria estar nesse ato, eu não queria estar nessa imagem, mas eu fui para o Planalto prestar minha solidariedade a Dilma. Foi um dia muito triste para mim, porque não era só Dilma que estava deixando a presidência abruptamente, era o fim de um projeto, um sonho. Eu vi tudo desabando ", reconheceu perturbado.

Em entrevistas concedidas à imprensa estrangeira em seu escritório em São Paulo, o líder veterano descreveu o incidente como "um golpe contra a democracia brasileira", descreve o jornal Página 12.

Com relação aos próximos passos da chamada resistência democrática, Lula disse: "Vamos mostrar aos nossos adversários que ainda pode acontecer muita coisa, ainda há muita luta pela frente." "Eu acho que, para mexer com a democracia, essas pessoas diminuíram o tamanho e a grandeza do Brasil para o mundo", queixou-se.

Quando perguntado sobre sua candidatura a presidente em 2018, revelou que embora não tenha descartado, não gostaria de ser.

"Eu, pessoalmente, não gostaria de me candidatar, digo sinceramente. Eu já passei por essa experiência, e eu acho que fiz isso com sucesso. Agora eu acho que nós temos outros candidatos. Gostaria de ter saúde para interagir na reconstrução de um projeto de inclusão social, que tem sido a coisa mais linda que tem acontecido neste país neste século ", disse ele.