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Testemunha de defesa de Cunha, Temer vai depor por escrito

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Arrolado pelos advogados do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB) para ser testemunha de defesa, o presidente Michel Temer dará seu depoimento por escrito, como é permitido ao chefe do Poder Executivo. O Palácio do Planalto informou ao juiz federal Sérgio Moro que Temer preferiu se declarar por escrito a fazer videoconferência ou comparecer à Justiça para depor. As respostas devem ser apresentadas nos próximos dias.

Além de Temer, Moro aceitou o pedido da defesa de Cunha e também tornou testemunha no processo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No caso do petista, o depoimento será por videoconferência. Juiz responsável pelos processos em primeira instância da Operação Lava Jato, Moro definiu a data de depoimento do ex-presidente para o próximo dia 30, às 17h30. Através de um ofício, Moro pediu que o juiz federal da 3ª Vara Federal de São Bernardo do Campo realizasse a intimação do ex-presidente.

Além de Temer e Lula, estão entre as outras 20 testemunhas do ex-presidente da Câmara dos Deputados o pecuarista José Carlos Bumlai e o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

A convocação das testemunhas faz parte da defesa prévia, protocolada no sistema da Justiça Federal na última terça-feira (1º). A defesa quer que a denúncia contra o ex-deputado seja rejeitada. Os advogados argumentaram que "o número de testemunhas se justifica pelo número de fatos imputados ao defendente".

Cunha está preso na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde o dia 19 de outubro. De acordo com a força-tarefa do Ministério Público Federal, "há evidências" de contas pertencentes a Cunha no exterior que ainda não foram identificadas, o que colocaria as investigações em risco. Os procuradores ressaltaram ainda que Cunha tem dupla nacionalidade (brasileira e italiana) e poderia fugir do país.

A prisão foi decretada na ação penal em que o deputado cassado é acusado de receber R$ 5 milhões, depositados em contas não declaradas na Suíça. O valor seria oriundo de vantagens indevidas, obtidas com a compra de um campo de petróleo pela Petrobras em Benin, na África.

O processo foi aberto pelo Supremo Tribunal Federal, mas, após a cassação do mandato de Cunha, a ação foi enviada para o juiz Sérgio Moro, já que o ex-parlamentar perdeu o foro privilegiado.

Veja a lista de testemunhas

Michel Miguel Elias Temer Lulia, presidente da República

Felipe Bernardi Capistrano Diniz, economista, filho de ex-deputado Fernando Diniz 

Henrique Eduardo Lyra Alves, ex-ministro do Turismo nos governos Dilma e Temer

Antônio Eustáquio Andrade Ferreira, ex-deputado federal

Mauro Ribeiro Lopes, deputado federal

Leonardo Lemos Barros Quintão, deputado federal

José Saraiva Felipe, deputado federal

João Lúcio Magalhães Bifano, ex-deputado federal

Nelson Tadeu Filipelli, ex-deputado federal

Benício Schettini Frazão, Engenheiro ligado à Petrobras

Pedro Augusto Cortes Xavier Bastos, ex-gerente da Petrobras

Sócrates José Fernandes Marques da Silva, ex-engenheiro da Petrobras

Delcídio do Amaral Gómez, ex-senador cassado

Mary Kiyonaga, ligada ao Banco Merrill Lynch

Elisa Mailhos, ligada à empresa Posadas Y Vecino

Luis Maria Pineyrua, ligados à empresa Posadas Y Vecino

Nestor Cuñat Cerveró, ex-diretor Petrobras e colaborar da Lava Jato

João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara

Hamylton Pinheiro Padilha Júnior, ex-diretor da Petrobras e colaborador da Lava Jato

Luís Inácio Lula da Silva, ex-presidente

José Carlos da Costa Marques Bumlai, pecuarista e um dos réus da Lava Jato

José Tadeu de Chiara, advogado