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'Não é problema meu', declara Lula sobre adiamento de Moro

"A hora que ele marcar, estarei em Curitiba. Estou tranquilo, não estou preocupado com a data"

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'Não é problema meu', disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (24) sobre o fato de o juiz Sergio Moro ter decidido adiar a data de seu depoimento, previsto inicialmente para o dia 3 de maio. A mudança ocorre a pedido da Polícia Federal, e o depoimento deve ser transferido para o dia 10 de maio.

Antes de participar de um evento do PT em Brasília, Lula afirmou que não havia sido informado sobre o pedido da PF. Aliados de Lula afirmam que a decisão de Moro é política e que visa apenas a desmobilizar a militância petista, que se preparava para fazer um grande ato contra Moro e a Lava Jato em Curitiba.

Lula afirmou ainda que seu depoimento a Moro será sua "primeira grande oportunidade" de se defender e que a hora que o juiz marcar sua ida a Curitiba, estará lá para "falar a verdade". "Estou tranquilo, não estou preocupado com a data. A data é do juiz Moro. A hora que ele marcar, estarei em Curitiba", disse Lula, acrescentando: "Quero comparecer porque é a primeira grande oportunidade que eu não vou ser atacado pelas revistas e televisões. Eu vou ter, de viva voz, o direito de me defender. No meu primeiro depoimento, o horário é meu. Faz três anos que estou ouvindo", completou o petista.

Como justificativa para o adiamento, a PF afirmou que precisaria de mais tempo para organizar a segurança no local, argumentando que o feriado do dia do Trabalho (1º de maio) tornaria a operação mais difícil. O PT e movimentos alinhados planejam uma forte mobilização para dar suporte ao ex-presidente no dia do depoimento, com caravanas partindo de diversos locais no Brasil.

Lula será ouvido no processo relacionado ao tríplex em Guarujá, litoral do estado de São Paulo. No caso, o ex-presidente sofre a acusação de que teria recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS.

Auditoria nega corrupção de Lula na Petrobras

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anexou nesta segunda-feira (24) à ação penal a que ele responde na Justiça Federal em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato, documento no qual afirma que uma empresa de auditoria independente concluiu que "não foram identificados" atos de corrupção praticados por ele na Petrobras. A auditoria foi elaborada pela empresa PricewaterhouseCoopers, a pedido dos advogados do ex-presidente, e enviada ao juiz federal Sérgio Moro.

De acordo com o documento, a empresa afirma ao juiz que "não foram identificados ou trazidos ao nosso conhecimento atos de corrupção ou atos ilícitos com a participação do ex-presidente", no período entre 2012 e 2016.

Na ação penal, Lula e o ex-ministro Antonio Palocci são acusados de terem conhecimento do repasse de dinheiro de caixa 2 pela Odebrecht ao PT. Segundo o empresário Marcelo Odebrecht, um dos delatores da Lava Jato, Palocci era responsável pelas indicações de pagamentos que deveriam ser feitos a campanhas políticas. Segundo o empreiteiro, os recursos eram depositados em um conta informal que o partido mantinha com a empreiteira em troca de favorecimentos.

*com Agência Brasil