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Quem são os cinco membros do TCE-RJ presos da Operação O Quinto do Ouro?

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Na manhã desta quarta-feira (29), a Operação O Quinto do Ouro deteve membros do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) por suspeitas de desvios de dinheiro público durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ). A Justiça determinou a prisão de cinco dos sete conselheiros do tribunal que estariam envolvidos no escândalo. 

Segundo a PF, os alvos são suspeitos de fazer parte de um esquema de propina que pode ter desviado até 20% de contratos com órgãos públicos para autoridades públicas. Mas quem são estes cinco homens presos?

Aloysio Neves, atual presidente do TCE-RJ, tomou posse como conselheiro em abril de 2010. Durante o governo de Sérgio Cabral, o ex-governador preso teria pago R$ 23,2 mil em diárias do Hotel Portobello, em Mangaratiba, no Rio, para que Neves se hospedasse nas festas de fim de ano. Na época ele tinha acabado de ser eleito presidente do tribunal para o biênio 2017/2018. Em 1983, Aloysio foi preso em flagrante por acusação de tráfico de drogas. Segundo reportagens da época, ele portava 200 gramas de cocaína, sementes de maconha e materiais para consumo e preparo de drogas.

Domingos Brazão (PMDB), vice-presidente do tribunal, teve sua candidatura fortemente apoiada pelo atual presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), que foi conduzido coercitivamente como parte da Operação O Quinto do Ouro nesta quarta.

Brazão tomou posse no tribunal em abril de 2015, e chegou a ser candidato à Presidência da Alerj algumas vezes. Brazão foi citado no relatório da CPI das Milícias, da Alerj, e foi investigado no caso da máfia dos combustíveis.

Ex-deputado estadual e ex-prefeito de Valença, José Gomes Graciosa teria participado de uma fraude na contratação de um funcionário. Ele é amigo de um antigo funcionário do TCE, chamado Márcio Guedes. Guedes foi requisitado para o tribunal pela primeira vez em 1997, vindo da Prefeitura de Santo Antônio de Pádua, e trabalhou durante 12 anos no gabinete de Graciosa. Em 2009 ele foi afastado do cargo após a assinatura de um ofício do então procurador de Pádua, que negou a existência do nome do funcionário no quadro de servidores do município.

No entanto, mesmo após a descoberta da fraude no processo de contratação de Guedes, em junho de 2011 ele voltou a ocupar um cargo no TCE. Sua nomeação foi publicada no Diário Oficial pelo então presidente da Corte, Jonas Lopes de Carvalho, delator cujas informações levou os cinco à prisão.

Marco Antônio Alencar foi indicado ao cargo de conselheiro do tribunal durante o mandato do pai, o ex-governador Marcello Alencar, morto em 2014. O trabalho de Marco Antônio era de fiscalizar as contas do próprio pai.

Presidente eleito para os biênios de 2007/2008 e 2009/2010, José Maurício Nolasco foi citado pelo ex-executivo da construtora Andrade Gutierrez Clóvis Renato Primo. Enquanto era presidente do TCE, Nolasco estaria envolvido no esquema de propinas pagas pelo consórcio que executou a reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014.

Primo disse em delação que foi pedido o pagamento ao tribunal, a título de propina, de 1% do valor da obra. O ex-executivo da Andrade Gutierrez declarou que a propina seria destinada ao então presidente do tribunal, o conselheiro José Maurício Nolasco.