A escritora norte-americana, surda e cega, Hellen Keller, afirmou que “a única pessoa realmente cega na época do Natal é aquela que não tem o Natal no coração”.
O místico alemão Angelus Silesius asseverou que Cristo pode nascer mil vezes, e nascerá em vão, se não nascer em nosso coração.
Esta é a beleza jubilosa e a tragédia possível do Natal. Deus nasce, mas não pode continuar a nascer numa estrebaria. O berço de Deus é o coração humano.
O teólogo brasileiro e franciscano, Leonardo Boff, tem um pensamento irretocável sobre o Natal. “Toda criança – escreveu – quer crescer e ser um homem grande. Todo homem grande sonha ser um rei poderoso. Todo rei poderoso deseja ser deus. Somente Deus quis ser criança”.
Esta é a utopia do Natal: Deus se fez peno para que ninguém sinta vergonha de não ser grande. Deus se fez pobre, para que ninguém rejeite a própria pobreza. Deus se fez homem para que aprendamos o verdadeiro jeito de viver como Deus.
No mais humilde presépio pode haver anjos cantando em meio aos vagidos de um indefeso nenenzinho. E uma estrela brilhará sobre a casa humana se formos pessoas de boa-vontade e de paz.
* Frade franciscano