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E o verão chegou...

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Conforme comentamos no último artigo publicado na segunda-feira, dia 19, a notória omissão da CET Rio em prever para prover as necessidades dos usuários da Linha 4 do metrô, no que se refere ao estacionamento de seus veículos, terá sérias consequências no verão, quando o fluxo de carros para as praias será avassalador. No anos anteriores as intervenções, como o pomposo nome de “Operação Verão”, anunciam a ação coercitiva do policiamento que, segundo o livro  básico para se equacionar o estacionamento, “Parking of motor vehicles”, de autoria de John Breirley, é veementemente condenado na sua apresentação. Voltamos àquela recomendação fundamental de outro conterrâneo de Breirley, sir Alker Tripp, de que : “Tudo que se puder obter com medidas construtivas não deve ser imposto mediante restrições legais”.

Ora, qualquer engenheiro de tráfego, que faça jus a este título, sabe que todo estudo de reformulação do trânsito em determinada área deve começar pela pesquisa de “Origem e destino”. Nada se pode fazer quanto à origem, mas tudo devemos fazer quanto ao destino. Como dizia o grande arquiteto Sérgio Bernardes: “O motorista, ao chegar ao seu destino, procura se livrar de seu carro, se possível legalmente, estacionado-o.”

Um dos recursos mais fáceis e mais ao alcance do engenheiro de tráfego é o escalonamento dos preços dos locais de estacionamento. É inadmissível que não haja, pela CET Rio, um planejamento, principalmente na área do Jardim Oceânico. Quanto mais cômodo para o usuário poder usufruir da praia, mais caro deve ser o preço para estacionar. Como comenta Breirley: “Se o motorista pudesse, usaria seu caro como barraca de praia ou cesta de piquenique.” Cabe ao escalonamento  de preços evitar esta tendência de comodismo.

Recordo-me, morador que sou na Barra, desde 1974, que antes da construção da calçada à beira da areia, os carros estacionavam no limite da areia com a pista de rolamento, ou seja, sobre a parte dura da areia.

O preços elevados junto ao mar, na Avenida Lúcio Costa, afastaria, principalmente desta via de passagem, a maioria do tráfego, uma vez que a procura dos locais de menor preço ou até gratuitos, se fará pela vias internas. O que não pode é ficar entregue aos poucos guardadores e aos muitos flanelinhas, sem nenhuma orientação, responsáveis pelo caos que se forma durante todos os fins de semana de sol, de todo o verão que, como diz o título deste artigo, chegou.

Sei que, como sempre, de nada valerão as minhas observações construtivas, mormente agora, “fim de festa”, restando a esperança de que, com a nova administração, tendo à frente um secretário do ramo, possamos todos buscar a paz e a ordem no trânsito, para a qual a engenharia de tráfego existe, embora ciência  esquecida.