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Um holocausto invisível  - O Trânsito quer mata! 

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Mundo

De acordo com RELATÓRIO GLOBAL: ”SOBRE O ESTADO DA SEGURANÇA VIÁRIA de 2015” da Organização Mundial da Saúde, os acidentes de trânsito foram responsáveis por um número estimado de 1,25 milhão de mortes em todo o mundo, no ano de 2015 ou 10 milhões de pessoas em sete anos . Ou seja, uma pessoa é morta a cada 25 segundos. Apenas 28 países, representando um universo de 449 milhões de pessoas (7% da população mundial), têm leis adequadas que contemplam todos os cinco fatores de risco (velocidade, álcool ao volante, capacetes, cintos de segurança e sistemas de retenção). Mais de um terço das mortes no trânsito em países de baixa e média renda estão entre pedestres e ciclistas. No entanto, menos de 35% dos países de baixa e média renda têm políticas em vigor para proteger estes utentes da estrada. 

A taxa média foi de 17,4 por 100.000 pessoas. Países de baixa renda detêm as maiores taxas anuais de mortalidade de viação, em 24,1 por 100 000, enquanto a taxa em países de alta renda é menor, em 9,2 por 100. 000.

Setenta e quatros por cento das mortes no trânsito ocorrem em países de renda média, que respondem por 70% da população mundial, mas apenas 53% dos veículos registrados no mundo. Em países de baixa renda é ainda pior. Apenas um por cento dos carros registrados no mundo produzem 16% das mortes no trânsito do mundo. Fato que indica que estes países apresentam uma realidade desproporcionalmente elevada de mortes no trânsito em relação ao seu nível de motorização. 

Há grandes disparidades nas taxas de mortalidade de tráfego rodoviário entre as regiões. O risco de morrer como resultado de uma lesão no tráfego rodoviário é mais elevado na Região Africana (aumento de 26,6 por 100 000 habitantes) e menor na Região Europeia (diminuição de 9,3 por 100 000).

Metade das mortes no trânsito do mundo ocorre entre os motociclistas (23%), os pedestres (22%) e ciclistas (5%) - ou seja, " vulneráveis" - com 31% de mortes entre os ocupantes de automóveis e os restantes 19% não foi identificado

Quase metade das mortes nas estradas de todo o mundo está entre aqueles menos protegidos: motociclistas registram participação de 23%, seguindo-se pedestres com 22% e ciclistas com 4% - ou seja, formam um grupo de "vulneráveis". Já as mortes entre os ocupantes de automóveis alcançam 31% e os restantes 21% não foram identificados.

Adultos com idade entre 15 e 44 anos representam 59% das mortes no trânsito globais. 77% de mortes na estrada são entre os homens. 

Os números totais de fatalidades vêm do relatório da OMS, (pp. 264-271) e é muitas vezes um número ajustado de mortes no trânsito rodoviário, a fim de refletir os diferentes relatórios e métodos de contagem entre os muitos países (por exemplo; "uma morte depois de algum evento (acidente) ainda é contada como uma fatalidade ocorrida na estrada" (padrão ajustado para um período de 30 dias) ou "para compensar a subnotificação em alguns países", (ver relatório da OMS pp 62-74).

Entre os eventos apontados, relacionados à ocorrência de fatalidades, destacamos os seguintes exemplos para o ano de 2015 e em alguns casos 2014: Áustria. (455), Itália (3.753), Espanha (1.730), Japão (5.971), China (231.367), Estados Unidos (34.064), Brasil (42.756), Chile (2.179), Argentina (5.769), Alemanha (3.540), Austrália (3.540) e Reino Unido (1.827).

Brasil

A frota brasileira de automóveis é formada por 88.500 milhões de unidades (2015), sendo 52 milhões de automóveis de passeio e o restante de veículos leves, caminhões e ônibus, sendo acrescida de 24 milhões de motos. Cinco unidades da federação (SP, MG, RJ, RS e PR) são responsáveis por 72,8% do total dos veículos em circulação, frota esta que apresenta ainda as seguintes características: veículos movidos a gasolina (34,6%), combustível Flex (54,3%) e diesel (9,1%). A idade média é de 8 anos e 9 meses para automóveis, 9 anos e 5 meses para ônibus e caminhões e 6 anos e 2 meses para motos. Dos automóveis, 41% da frota têm menos de 5 anos. O percentual se eleva para 52% para as motos e se reduz para 36% nos utilitários.

Outro indicador alarmante está relacionado com a quantidade de acidentes com pessoas e o número de vítimas fatais de trânsito ou de incapacitados. Em 2014, foram 52 mil acidentados e 42 mil em 2015, números superiores aos 33 mil nos Estados Unidos com uma frota seis vezes maior e uma população que corresponde a uma vez e meia a brasileira. Outro ponto importante a destacar consiste na identificação da alarmante estatística que aponta para um número de em que 28 % das vítimas são compostos por jovens na faixa de 1 e 24 anos de idade

Renê Garcia Jr .  Economista e Ex- Superintendente da Susep ( Superintendência de Seguros Privados /MF )