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Uma originalidade

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O cristianismo pode desempenhar um papel de denúncia dos ídolos, e o faz por sua perspectiva universalista. A fé num Deus Pai que os chama todos a viver como Filhos reconciliados no seu Reino é o elemento fundamental da fraternidade humana: o que seria dela sem uma paternidade e o laço que ela supõe entre irmãos?

Para lá das diferenças tão visíveis de constituições físicas, intelectuais, psicológicas ou morais, de idades ou de temperamentos, aquele que crê postula que todo ser humano tem a mesma dignidade e qualidade humanas. Cristo não se limita tomar partido pelo ser humano em geral, ou a pregar uma fraternidade um tanto vaga. Põe-se do lado daqueles que os preconceitos do tempo ou as estruturas sociais eliminam ou excluem da humanidade comum: leprosos, prostitutas; mas, da mesma forma, publicanos ricos, cobradores mal afamados. Têm direito a maior atenção ainda, e mesmo à atenção privilegiada, aqueles cuja dignidade é desprezada ou contestada.

A humanidade não é uma poeirada de indivíduos, a comunidade internacional não é um fórum aberto às ambições dos mais empreendedores, o planeta não é um reservatório indefinido e ilimitado de seus recursos. Isso leva a Igreja a insistir com força na solidariedade mundial. Esta solidariedade supõe em primeiro lugar que se tenha consciência da necessidade de situar-se doravante ao nível mundial para pôr e resolver os problemas.

Hoje, após o desaparecimento dos pseudo-universalismos da raça dominante ou da sociedade sem classes, onde encontraremos a mensagem que abalará os nossos torpores e conduzirá os nossos olhares para mais longe?

Engenheiro