POLÍTICA

Ciro se reúne com Mercadante e diretoria do BNDES e ensaia reaproximação com Lula

Candidato à Presidência no último pleito, Ciro passou toda a campanha fazendo ataques pesados ao atual presidente

Por Gabriel Mansur
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Publicado em 02/09/2023 às 15:36

Alterado em 02/09/2023 às 16:30

Ciro Gomes e Aloizio Mercadante Foto: Divulgação

Se há menos de um ano o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) fundamentou sua campanha eleitoral em ataques ao então candidato rival Luiz Inácio Lula da Silva e à política econômica do PT como um todo, hoje o pededista iniciou o que aparenta ser um processo de reaproximação com o campo político do agora presidente da República.

Nesta sexta, Ciro se reuniu com Aloizio Mercadante, um dos fundadores da sigla e atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a fim de "debater sobre política industrial para o Brasil". Mercadante foi indicado para o cargo por Lula e tomou posse em fevereiro deste ano.

Ao divulgar imagens do encontro, Ciro Gomes elogiou o trabalho de Mercadante no comando do banco público. Não há detalhes sobre se Ciro vai assumir algum cargo dentro do BNDES ou o que foi tratado no encontro, que reuniu toda a cúpula do banco.

"Me reuni hoje com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e sua diretoria, para debater sobre política industrial para o Brasil. A atual gestão do Banco tem feito um trabalho importante com o intuito de reindustrializar nosso país", escreveu.

Morde e assopra

Em maio deste ano, Ciro ministrou uma palestra na Universidade de Lisboa, em Portugal, para falar sobre o atual cenário político e econômico do Brasil. Essa foi a primeira vez que o pedetista analisou a política brasileira desde sua derrota na eleição de outubro de 2022.

Na oportunidade, houve uma adequação do discurso, que ainda contém críticas mas, agora, também carrega alguns elogios ao atual presidente. Em dado momento, por exemplo, Ciro Gomes chegou a exaltar a popularidade de Lula:

"O Lula é popularíssimo, merecidamente, eu ajudei a vida inteira, como creio estar ajudando ainda, embora de outro jeito".

Apesar de alguns elogios, Ciro não poupa críticas a Lula, com quem já trabalhou como ministro no primeiro governo do petista. De acordo com o pedetista, o atual chefe do Executivo é "o responsável pelo reacionarismo" no país.

“Lula não tem compromisso com a mudança do Brasil. Ele é o responsável pelo reacionarismo vigente, porque ganha com isso", declarou.

Candidato à presidência no último pleito, Ciro passou toda a campanha fazendo ataques pesados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o comparando a Jair Bolsonaro, quase colocando o petista como o outro lado da moeda do radical de extrema direita.

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