Pacheco defende Padilha após ataque de Lira e diz que o considera 'competente'

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Por POLÍTICA JB com Agência Estado

O ministro Alexandre Padilha

Gabriel Hirabahasi - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu o ministro da Secretaria das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, alvo de um ataque do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nesta quinta-feira, 11.

No ataque mais direto a Padilha desde que a relação dos dois se esfacelou, Lira chamou o responsável pela articulação política do governo de “incompetente” e “desafeto”, em entrevista coletiva após um evento em Londrina (PR).

Pacheco disse ser preciso “evitar esses problemas” e “buscar sempre as convergências”.

“Ninguém é perfeito, mas ninguém também é tão mau assim. A gente tem que conviver com as divergências e eu espero que a relação do Parlamento com o Executivo, especialmente com essa peça-chave que é o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, possa ser a melhor possível”, disse Pacheco.

O presidente do Senado reforçou ainda que mantém uma boa relação com o ministro e que o considera “competente”.

“O que eu posso dizer é que eu me esforço muito para manter uma boa relação com o governo, com o próprio ministro Alexandre Padilha, por quem eu tenho afeição, eu tenho simpatia, e o considero também competente. Da parte do Senado, nós vamos buscar ter o melhor relacionamento possível com o governo e com o próprio ministro Padilha”, afirmou.

Padilha relembra discurso de Lula que defende sua permanência no cargo

Sofia Aguiar - O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, publicou um vídeo de uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em que defende a permanência dele na pasta. Após os ataques do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) nesta quinta-feira, 11, Padilha disse que os elogios de Lula a seu trabalho são “uma honra”.

Na quarta-feira, 10, em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente disse que o ministro das Relações Institucionais está durando muito no cargo e continuará no posto por ser competente. Desde 2023, Padilha é alvo frequente de Lira, que já pediu até mesmo a destituição do ministro.

“O Padilha, possivelmente, tem o cargo mais espinhoso no governo, mais espinhoso. Porque ele é o cara que lida no Congresso Nacional. É a pessoa que se relaciona com os 513 deputados e, às vezes, ainda sobra tempo e ele tenta se relacionar com os senadores. A demanda é muito grande”, disse Lula, na ocasião.

“Essa relação é muito boa no começo. No começo, o deputado pede uma coisa, o senador pede uma coisa, você promete e está maravilhoso. Mas, depois de algum tempo, começa a cobrança, e não tem entrega para fazer. Aí, começa o martírio. O Padilha vai bater recorde. É um ministro que está durando muito tempo no seu cargo e vai continuar pela competência dele”, acrescentou o presidente da República.

Na publicação nas redes sociais, Padilha compartilhou o trecho da fala de Lula. “Ter ouvido isso ontem, publicamente, do maior líder político da história do Brasil é sempre uma honra para toda a equipe do Ministério das Relações Institucionais”, escreveu o ministro das Relações Institucionais no X, antigo Twitter. “Agradecemos e estendemos esse reconhecimento de competência ao conjunto dos ministros e aos líderes, vice-líderes e ao conjunto do Congresso, sem os quais não teríamos alcançado os resultados elogiados pelo presidente Lula, com a aprovação da agenda legislativa prioritária para o governo e para o Brasil.”

A publicação de Padilha ocorre após Lira ter voltado a fazer críticas diretas ao seu trabalho. Nesta tarde, o presidente da Câmara chamou Padilha de “desafeto pessoal” e “incompetente”, após uma polêmica sobre a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), que foi mantida nesta quarta-feira pelo plenário da Casa.

“É lamentável que integrantes do governo interessados na estabilidade da relação harmônica entre os Poderes fiquem plantando essas mentiras, essas notícias falsas que incomodam o Parlamento. E, depois, quando o Parlamento reage, acham ruim”, disse o presidente da Câmara, em Londrina (PR).

“(A notícia) foi vazada do governo e, basicamente, do ministro Padilha, que é um desafeto além de pessoal, incompetente”, declarou. “Não existe partidarização; eu deixei bem claro que ontem a votação era de cunho individual, cada deputado é responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver, não teve um partido que fechasse questão. Os partidos liberaram, na sua maioria (as bancadas para que votassem como quisessem)”, emendou.