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Rússia sai gradualmente da recessão

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Aleksei Stríguin, Rossiyskaia Gazeta, JB Online

REDAÇÃO - A Rússia está saindo da crise, anunciou o vice-premiê e ministro das Finanças, Aleksei Kúdrin, ao discursar no fórum russo Planejamento Estratégico das Províncias e das Cidades.

Confirmo que no terceiro trimestre a economia e o Produto Interno Bruto (PIB) mostraram crescimento em comparação com o segundo trimestre de 2009. Já podemos falar em saída da recessão , declarou o confiante titular do Ministério das Finanças.

Segundo ele, o aumento dos preços das matérias-primas que vinha sendo registrado ultimamente era temporário e ocorria em virtude da liquidez adicional, contudo, em breve esse aumento será interrompido e haverá redução. E todos os recursos que entrarem, incluindo as vendas de petróleo a preço superior a US$ 50 o barril, irão reforçar o Fundo Nacional de Reservas.

Quanto à probabilidade da segunda onda da crise, Kúdrin amparou-se na avaliação da situação do titular do Banco de Israel, Stanley Fischer. Segundo seus cálculos, a probabilidade da segunda onda é de 15%, de crise prolongada é de 25%, e 60% dizem respeito ao fato de que em breve a economia mundial começará a sair da crise.

Em outras palavras, se no inverno vai haver, ou não a segunda etapa da crise ainda não se sabe, mas a sua probabilidade é muito pequena. Por outro lado, Kúdrin ressaltou que ainda é cedo para abandonar os pacotes anticíclicos de estímulo, uma vez que isso justamente poderá provocar a segunda onda da crise, mas nenhum país continuará com um pacote de medidas contracíclicas de grandes proporções.

Saída lenta

Em geral, segundo previsões de Kúdrin, a crise financeira mundial será prolongada, e a saída dela, será lenta . O ministro salientou que o PIB dos Estados Unidos neste ano caiu 2,7%, e a maioria das economias da Europa também mostrará resultados negativos, e, além disso, a produção industrial continuará lenta. Esse processo será acompanhado do aumento do nível de desemprego por mais um ano ou um ano meio, uma vez que as empresas continuam a tolerar gastos e os preços dos produtos estão caindo. Agora ninguém mais sabe quando será estabelecido o preço que permitirá novamente expandir a produção. Esta tendência não é apenas russa, mas mundial , esclareceu Kúdrin.

Aleksei Kúdrin fez referência também em seu pronunciamento ao tamanho da dívida pública. Agora o volume da dívida pública da Federação Russa é da ordem de 10% do PIB. Isto é inferior a todas as dívidas do grupo dos principais países desenvolvidos e emergentes (G-20) e do grupo dos países mais industrializados (G-8), e é uma das mais baixas do mundo. Esse é nosso potencial não-revelado que agora começará a ser descoberto , afirma o ministro.

Saída da recessão

Por outro lado, o Ministério do Desenvolvimento Econômico divulgou dados com avaliação preliminar da situação da economia russa. Em setembro de 2009, a queda do PIB ficou mais lenta, tendo sido de 8,6% em comparação com igual período do ano passado e ante 10,5% de agosto. A evolução positiva mensal do PIB continua desde junho.

Em setembro, o crescimento se baseou principalmente na evolução positiva da agricultura, cujos volumes superaram em mais de 10% os valores de agosto.

E em relação a isso, segundo dados do ministério, foram registrados a boa safra de grãos e o aumento da produção de carne. Outro fator que possibilitou o crescimento econômico foi o aumento da produção de áreas da indústria de transformação que foi de 0,6%. Por outro lado, a construção civil e o comércio continuam a dar sua contribuição negativa para a evolução do PIB. E o giro do comércio varejista de setembro caiu 0,7% em relação a agosto.