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Enquanto Brasil faz festa, polícia só pode "ver" Copa por fogos

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Portal Terra

SÃO PAULO - O Brasil vai jogar nesta sexta-feira, véspera de fim de semana. O expediente, na maioria das empresas, será interrompido para ver a Seleção, já classificada, enfrentar Portugal na Copa do Mundo. O clima é de festa, menos para quem terá a difícil missão de cuidar da ordem no país. Em meio à euforia, os policiais vão ter de trabalhar duro. Informações do jogo? Só se ouvirem fogos de artifício.

Quando o Brasil joga é assim. As pessoas costumam se distrair e as ruas ficam desertas. Um prato cheio para os bandidos dispostos a estragar a festa aguardada desde a convincente vitória contra a Costa do Marfim. Para proteger os verdadeiros brasileiros, o jeito para os policiais é esquecer a seleção, mas por uma boa causa.

"Muitos marginais aproveitam esse momento para agir. Não podemos ficar distraídos com o jogo porque isso pode custar caro. É possível que alguém aproveite essa condição para trazer problemas. Descobriram até esses dias um túnel que estava sendo cavado (em São José dos Campos) para roubar uma agência de banco durante a partida", disse o Tenente Fábio, na Baixada Santista.

Por isso, o tenente avisa que nas ruas, não existe a menor possibilidade de acompanhar a partida. A única informação para quem estiver trabalhando serão trazidas pelos fogos de artifício. "Não tem jeito de ver trechos do jogo em uma TV próxima ou de escutar na rádio. Precisa estar 100% concentrado. Eles no máximo vão escutar os rojões", disse Fábio, deixando claro que a tarefa nem sempre é fácil.

"Às vezes alguns soldados ficam preocupados em saber do jogo, se distraem por alguns minutos. É um período em que manter a concentração é mais difícil, mas também é algo rápido e que não chega a atrapalhar muito".

Já dentro dos quartéis o rigor não chega a ser extremo. Se não houver registro de ocorrências, aquela "olhadinha" para a TV é permitida, mas nada que tire totalmente a atenção do trabalho. No entanto, quando o juiz apita o fim da partida o trabalho fica mais crítico.

"Durante o jogo não temos muitas ocorrências de cotidiano, parece que os marginais gostam de futebol (risos). Depois a gente precisa ficar mais atento com as comemorações, reforçar o policiamento onde a concentração de torcida é maior. Quando o Brasil o problema mais comum é com quem acaba bebendo demais", disse o Major Xerez, também do litoral paulista.