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BRUXELAS - Estados Unidos e China terão à partir de agora um papel mais ativo ao lado da União Européia no combate ao aquecimento global, disse na terça-feira o presidente da Comissão Européia (Poder Executivo do bloco europeu), José Manuel Durão Barroso.
Na opinião dele, as discussões sobre as causas das alterações climáticas progrediram desde a divulgação de um histórico relatório da ONU, na semana passada.
- A questão agora não é se ño aquecimentoí existe. Ele é de verdade. A deterioração da atmosfera se deve em grande parte à atividade humana - disse o português ao Parlamento Europeu.
O relatório da ONU disse que há mais de 90 por cento de certeza de que a ação humana é a principal causa do aquecimento, e previu que haverá mais secas, ondas de calor e um aumento dos mares pelos próximos mil anos mesmo que haja uma limitação imediata às emissões de gases do efeito estufa.
Barroso disse que a UE já comanda os esforços contra as emissões.
- Vocês têm de liderar, mas queremos que os outros também liderem - afirmou.
O clima deve ser o principal item da cúpula EUA-UE, neste ano.
- Acredito que os norte-americanos vão mudar. Acreditamos que eles agora estão mais receptivos que nunca a uma política mais ambiciosa para ñcombater aí mudança climática - afirmou.
Nem EUA nem China, os dois países que mais despejam poluentes na atmosfera, participam do Protocolo de Kyoto, que obriga países industrializados a reduzirem suas emissões.
Barroso disse que poderia 'prometer' também uma mudança no comportamento de Pequim. 'Durante nossa próxima cúpula (com a China) podemos esperar alguns progressos. Os chineses entendem muito claramente que há sérios desafios para o seu próprio meio ambiente'.
Ele afirmou ainda que, se a União Européia demonstrar aos jovens seu compromisso com o clima, vai conseguir maior apoio ao projeto europeu como um todo.