Marcelo Gigliotti , Jornal do Brasil
RIO - Vinte minutinhos de atividade física por dia. Só isso. É o que recomenda o neurocirurgião Eduardo Barreto para equilibrar o organismo, controlar o estresse e ficar de bem com a vida. E pode ser qualquer atividade: caminhada, natação, corrida, pedalada. Só vinte minutos até que não é pedir demais.
Muita gente estressada não tem ânimo ou paciência para fazer exercícios. Mas é preciso romper com o imobilismo. Afinal, a bola só rola se for empurrada compara o médico.
Segundo o neurocirurgião, as atividades físicas, mesmo moderadas, são fundamentais para recarregar a energia. Só é importante que haja uma constância, para que os efeitos sejam duradouros.
Fazendo atividades diariamente, o organismo acaba se harmonizando. É como se ele soubesse que haverá um momento do dia para se autorregular explica o doutor.
E esta regulagem acontece em relação a duas substâncias produzidas pelo corpo, que tem efeitos opostos: o cortisol, que é uma espécie de hormônio do estresse, e a endorfina, uma substância que relaxa o corpo, melhora a capacidade de concentração e memória e ainda regula o sistema cardiovascular.
Resumindo a história: os 20 minutinhos diários diminuem os níveis de cortisol e aumentam os de endorfina.
Segundo o especialista, existe o estresse positivo, aquele que mobiliza a pessoa a realizar as tarefas do dia-a-dia. Mas se nesta equação entrarem outros fatores como ansiedade ou variações de humor, o estresse se torna patológico, podendo trazer repercussões físicas e psicológicas.
Quando se chega neste nível de estresse, tudo fica mais difícil, como executar as tarefas cotidianas. Podem surgir transtornos, como insegurança e depressão diz.
Além disso, diz o especialista, o estresse pode provocar uma queda na imunidade do corpo, um risco a mais nestes tempos de gripe suína.
Com a atividade regular, o organismo se habitua a reciclar e eliminar estas susbtâncias nocivas, como o cortisol comenta.
Melhor que isso, o exercício moderado tem um grande efeito sobre a produção de endorfina. Foram pesquisadores da Universidade de Vermont, nos EUA, que chegaram ao consenso dos 20 minutos diários. Segundo a pesquisa, na qual Eduardo Barreto se baseou, os níveis de endorfina permanecem altos durante 12 horas, caso haja uma atividade diária.
Isto melhora até a qualidade do sono, criando um círculo virtuoso comenta o especialista.
E, segundo ele, não há uma regra quanto a horários para se praticar as atividades.
De manhã, é melhor. Mas isso depende de cada pessoa. Alguns se sentem melhor se exercitando no fim da tarde ou num intervalo durante a hora do almoço diz.
O fato, diz o médico, é que a endorfina traz benefícios não só para combater o estresse.
Com as energias do corpo reguladas, tudo melhora, até a performance sexual diz.
Portanto, na próxima vez que alguém não souber ou não tiver o que fazer nos próximos 20 minutos, fica a sugestão de fazer alguma atividade. O corpo e a mente, com certeza, agradecerão. Aliás, sábado com previsão de tempo bom no Rio, é um bom dia para começar a testar a teoria.