Agência Brasil
RIO DE JANEIRO - O desmatamento nos Maciços da Tijuca e da Pedra Branca e nas Favelas beneficiadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no município do Rio, foi de 0,16% entre 2008 e 2009. Já no Parque Nacional da Tijuca não foi registrado nenhum tipo de desmatamento no mesmo período.
Os dados são do Programa Integrado de Monitoria Remota de Fragmentos Florestais e de Crescimento Urbano no Rio de Janeiro (Pimar), que é uma parceria entre a Secretaria de Estado do Ambiente do Rio e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).
Dos 3.447 hectares monitorados, foram detectados 500 pontos de extensão horizontal e vertical no entorno do Parque da Tijuca. O local com maior concentração de edificações em área florestada foi na zona norte, sobretudo na área da favela do Borel, na Tijuca. Na Rocinha, em São Conrado, o ponto desmatado que mais chama atenção é uma área onde está sendo construída uma das obras do PAC.
A parceria com o governo do estado foi firmada em dezembro de 2008 com a meta de monitorar por dois anos a Mata Atlântica da cidade. A metodologia de monitoramento é pioneira, com imagens de alta resolução por satélite, para identificação dos fragmentos florestais e de processos de expansão urbana sobre áreas preservadas do estado.
O diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (Nima) da PUC e coordenador do projeto, Luiz Felipe Guanaes Rego, explicou que nesta primeira etapa do projeto foram produzidos 40 mapas para que as autoridades façam o juízo de valor quanto a legalidade ou não dos desmatamentos.
"A prefeitura e o governo estadual vão dizer se as supressões são legais. Se houve corte de árvores em função do risco de queda encima de uma casa. Por isso, antes de divulgarmos os dados para a população, acreditamos que esses dados devam ser qualificados pelos órgãos competentes."
Guanaes Rego explicou que a segunda etapa prevê a participação popular, via internet, que poderá fazer denúncias sobre desmatamento e acrescentar informações num mapa interativo. O coordenador do projeto disse que, até o final do ano, será concluído e disponibilizado o software do programa que poderá ser usado por 3 mil municípios com área de preservação da Mata Atlântica.