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UE não consegue acordo sobre clonagem e venda de transgênicos

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A União Europeia fracassou nesta terça-feira na tentativa de chegar a um acordo para o controle da clonagem animal e a autorização de venda de alimentos geneticamente manipulados.

A constatação do desacordo foi feita nesta terça-feira depois de três anos de negociações infrutíferas sobre o tema e uma última sessão entre representantes dos Estados, do Parlamento europeu e da Comissão, essencialmente realizada para a informação dos consumidores.

As negociações "terminaram sem acordo", anunciou a presidência húngara da UE em comunicado.

Isso significa concretamente que as regras atualmente em vigor, que não prevêem nenhum marco específico para a comercialização de carne clonada na Europa e que datam de 1997, continuam aplicando-se, completou.

O comissário europeu a cargo dos consumidores, John Dalli, declarou-se decepcionado por essa ocasião perdida de codificar a clonagem animal".

O Parlamento pedia uma rastreabilidade precisa para informar os consumidores sobre toda carne procedente de animais clonados, remontando a várias gerações. Os governos desejavam um sistema menos restritivo.

"Os produtos alimentares procedentes da clonagem não aportam nenhum benefício aos consumidores. Que interesses os ministros representam?", declarou a representante da Federação de Consumidores Europeus, Monique Goyens, indignada com um resultado que qualificou de "vergonhoso".

Uma das negociadoras do Parlamento europeu, a francesa Corinne Lepage, estimou que "tudo isso favorece os grandes lobbies de alimentos dos Estados Unidos".

A União Europeia, que não produz carne clonada, importa a cada ano de 300.000 a 500.000 toneladas de carne bovina, boa parte dos Estados Unidos e da Argentina, países que autorizaram a clonagem, mas não implantaram nenhum sistema de rastreabilidade.

"A carne procedente desses países pode ser de animais clonados, mas é impossível verificar" atualmente, afirmou a Comissão.