Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) e da Universidade de Lincoln (Reino Unido) analisaram uma gravação do ruído utilizado alegadamente para "ataques acústicos" contra diplomatas norte-americanos em Cuba, e tiraram uma conclusão inesperada.
Alexander Stubbs e Fernando Montealegre acreditam que a gravação, apresentada como uma prova de ataques acústicos, não é nada mais que o canto de grilos.
As conclusões dos cientistas foram apresentadas no decorrer de uma reunião anual da Sociedade para Biologia Integrativa e Comparativa (SICB, sigla em inglês). Seus autores não conseguiram confirmar nenhum dano físico causado à saúde dos diplomatas norte-americanos, de acordo com a edição The New York Times.
"Na comunidade médica há muitas controvérsias sobre qual dano físico, se é que há algum, pode ter sido sofrido por essas pessoas. Tudo o que posso dizer é que o registro publicado pela [agência] AP é de um grilo, e achamos que sabemos a que espécie ele pertence", assinalou Alexander Stubbs.
Os cientistas planejam divulgar a investigação em uma revista científica nos próximos dias.
Os EUA alegam que 26 diplomatas de seu país, acreditados em Havana, sofreram severos danos à saúde (perda auditiva, náuseas e dores de cabeça), como resultado de supostos ataques acústicos que ocorreram em Cuba entre novembro de 2016 e fevereiro de 2017.
Posteriormente, as autoridades norte-americanas expulsaram 15 diplomatas cubanos do país.