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Um pequeno tesouro em Nova York

Divulgação -
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Nesta última semana, a corrida agenda de trabalho me trouxe, de forma inesperada, à belíssima Nova York. Apesar do calor de mais de trinta graus, a cidade que nunca dorme sempre é apaixonante. Para um amante do jazz então, nem se fala. São incontáveis as possibilidades de assistir a grandes nomes, tocando o melhor da música, seja em famosos clubs, festivais, ou até mesmo nas ruas. Poderia descrever cada show que tive o prazer de assistir e enumerar todos os grandes locais do jazz na “Big Apple”, mas acho meus queridos leitores merecem saber um pouco mais sobre um lugar muito especial, bastante tradicional, localizado na parte da baixo da ilha de Manhatan: O Smalls.

Macaque in the trees
(Foto: Divulgação)

O Smalls foi inaugurado em 1994 por Mitchell "Mitch" Borden, que mais tarde passou a administração para o pianista e empresário Spike Wilner. A casa fica em um porão bem localizado, na 183 West 10th Street, sem muitos luxos, e dispõe de um bar central, capaz de atender a todos sortudos que ocupam um dos 70 bancos disponíveis. Lá acontecem três sets por noite, todos os dias da semana, com ingressos que custam “simbólicos” vinte dólares.

Neste pequeno espaço, grandes nomes como Joshua Redman, Roy Hargrove e Brad Mehldau começaram suas carreiras, em uma estrutura simplista, mas que preza pela qualidade do som, dentro de suas possibilidades estruturais.

Apesar das adversidades, não existe um único apaixonado por jazz que não faça uma imersão musical completa ao entrar no Smalls. O clima intimista, a atmosfera nova-iorquina e a qualidade dos artistas que se apresentam, credenciam o espaço como um dos preferidos dos turistas e da população local. E olha que estamos nos referindo à uma cidade que abriga templos como Blue Note, Village Vanguard , Dizzys, Birdland entre outros.

Spike abriu em Setembro de 2014 o Mezzrow, clube a poucos passos do Smalls, com a mesma pegada intimista. Embora tenha assistido ao incrível pianista Victor Gold na última sexta, o local não se compara em termos de carisma quando comparado ao porão do jazz de Nova York.

Ao longo dos últimos dias, pude assistir nomes como Joel Frahm , Peter Bernstein, Amanda Sedgwick, Jd Allen e Jeremy Pelt. Este último, foi, inclusive, tema da coluna em julho do ano passado. Uma experiência fora de série assisti-lo ao vivo.

Aos leitores da coluna, fica aqui o convite e a dica para visitarem o Smalls Jazz Club. Com toda seu carisma e tradição, me permiti, como um autêntico carioca, a nomeá-lo como o “Jobi do Jazz”. 

BEBOP

Agenda nova iorquina

Não posso deixar de citar dois incríveis shows que assisti nessa temporada em Nova York: Fred Hersch no Village Vanguard e Keyon Harold no Blue Note. Os dois grandes músicos corresponderam todas as expectativas. Ambos planejam vir ao Brasil ainda este ano.

Visita ao Harlem

Para fechar a “jazz trip”, fiz questão de visitar a rua 126 no Harlem, mais precisamente o numero 17 entre a Madison e a quinta avenida. O motivo? Foi nesse endereço que Art Kane fotografou o mais emblemático registro do universo do jazz, com a foto intitulada “um grande dia no Harlem”, em 1954. Uma visita que em breve pode render uma coluna só dela, tamanha a expectativa e emoção desse momento.

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