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O ativismo contra a pecuária

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Essa semana vimos um anúncio de página inteira nos jornais de São Paulo pedindo que o Papa Francisco divulgue que não vai consumir produtos derivados da pecuária durante toda a próxima Quaresma. É um anúncio que trata pecuária de forma abrangente, lastreada de forma bem genérica no amor aos animais. Fala de bilhões de animais que não verão a luz do dia e condena nosso atual sistema de produção alimentar. Afirma que a pecuária contribui com 14Ús emissões de gases de efeito estufa causadas pelo Homem.

A Organização que assina o anúncio é a Blue Horizon International Foundation que oferece, caso o Papa aceite não consumir nada de origem animal durante a Quaresma, um milhão de dólares para projetos de escolha de Sua Santidade. O texto é assinado por Genesis Butler ,de 12 anos. Promove também a " milliondollarvegan.com" que tem o apoio de Paul McCartney, Woody Harrelson, Luisa Mell, Moby, Sonia Abraão, Joaquin Phoenix, Alana Rox... a simpática autora usa camiseta, jeans, tênis nesse pedido ao Papa.

Não quero debater a opinião ou crença dessa organização e seus apoiadores, mas quero falar do crescimento do ativismo contra a pecuária. Os componentes da raça Humana poderão viver sem consumir proteínas de origem animal, em especial o leite de bovinos, búfalas, caprinos e outros? Meu ponto é sugerir que prestemos mais atenção nos movimentos de depreciação dos produtos da pecuária e a falta de uma resposta sensata dos pecuaristas. Essa resposta deveria falar do aumento da produtividade sem exageros de transgenia ou de procedimentos insustentáveis.

Alguém me perguntará: precisa resposta? Precisa sim, pensando na educação de milhões de crianças que podem se encantar com o sonho de um mundo novo sem bovinos e que amadurecendo, e à frente dessas impossibilidades, se revoltam muitas vezes silenciosamente, com danos. Os pecuaristas precisam lembrar que doces, biscoitos, sorvetes, pizzas, muitas vezes utilizam-se de leite, para espancar a inviabilidade de teses ou preferências que hoje se divulgam na internet e até em páginas inteiras dos principais jornais do Brasil.

Aceitar esse ativismo sem reagir com melhores informações é sub estimar efeitos em indivíduos já confusos e desapontados com o enorme caos em que vive boa parte do mundo. E os pecuaristas DEVERIAM financiar a contra informação pois esse ativismo sem fundamentos cresce em relação a produtos de origem animal, como o leite. Quando falo em informar melhor, não me refiro à propaganda dos produtos. Falo em divulgar que essa parte da economia está prosperando em produtividade, sustentabilidade, conforto animal. Estaremos falando para os consumidores que melhorar é possível, sem perder de vista alimentar jovens e adultos.

Ao Papa devemos pedir que ore por nós.