O controle de peso, a sua manutenção e o combate à obesidade, nos dias atuais, “parecem” cada vez mais difíceis– mesmo que você se empenhe em busca desse resultado. Na verdade, há um grande vilão oculto que está dificultando cada vez mais o emagrecimento e trazendo outras consequências desfavoráveis à saúde...
Estou falando de distúrbios endócrinos causados por certos produtos químicos que estão por todos os lados: na dieta, no ambiente e até nos cosméticos e remédios. Eles promovem desregulação hormonal, da taxa metabólica e crescimento das células adiposas, com consequente acúmulo de gordura. Essa questão ganhou atenção em 2002, quando foram feitos testes de toxicidade para produtos químicos e observou-se que geravam ganho de peso. E isso mesmo com baixas doses, tanto para adultos como para bebês e crianças.
Num estudo subsequente em animais, observou-se que ratos recém-nascidos expostos a um composto imitador de hormônios tinham 36% mais gordura corporal e eram 20% mais pesados do que os ratos usados no controle. Avaliando os padrões de crescimento infantil, observa-se uma trajetória ascendente de bebês que nasceram com sobrepeso e que provavelmente permanecerão obesos.
Onde estão os obesogênicos xenobióticos
1)Agressores ambientais de dentro de casa:
•produtos de limpeza: tolueno, fenol, formaldeído, xileno, butano etc.
•gases liberados nas residências: clorofórmio, benzeno, etilbenzeno, tricloroetileno, tricloroetano, tetracloroetileno.
•gases de carpetes: formaldeído, benzeno, tolueno, cloroetileno, fitalatos.
•gases dos pisos e móveis imitando madeira, tinta de parede.
•embalagens de alimentos, panelas antiaderentes, espuma de combate a incêndios, móveis resistentes a manchas, vinil e plásticos. Eles contêm bisfenol-A (BPA), parabenos, retardadores de chama, PFASs e pesticidas.
2) Agressores por produtos de higiene íntima:
•sabonetes, xampu, condicionador, cosméticos, perfumes, protetores solares, amaciantes de roupas.
3) Agressores na alimentação:
•alimentos refinados, industrializados, muito açúcar, frutose.
•pesticidas, corantes, conservantes, transgênicos e antibióticos.
•água e ar.
4) Medicações:
Hoje, segundo estudo recente da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (NHANES) observou-se que cerca de 25% dos americanos estão fazendo uso desses “medicamentos obesogênicos”, por interferirem nos hormônios. Veja alguns exemplos:
•Antidepressivos e Antipsicóticos – Depressão e ansiedade
•Antidiabéticos – Glicemia elevada e diabetes
•Glicocorticoides e Anti-histamínicos – Alergias e anti-inflamatórios
•Antibióticos – Interfere na ecologia intestinal, influenciando ganho de peso
•Betabloqueadores – Pressão arterial
•Contraceptivos – Gravidez
Portanto, fique atento. Além de cuidar da sua alimentação, lembre-se desses poluentes. Eles também podem ser responsáveis pelo ganho de peso que você não sabe de onde vem. Supersaúde!
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Referências bibliográficas:
•Basic and Clinical Pharmacology and Toxicology, 2019
•Toxic Free Future, PFAS: A NonStick Nightmare
•Newsweek, September 10, 2009
•Frontiers in Endocrinology, 2019;
•Science Daily, June 12, 2017
•Clinical Endocrinol News. January 3, 2020.
•CDC, Prevalence of High Weight-for-recumbent Length Among Infants and Toddlers From Birth to 24 Months of Age: United States
•Xenobióticos: o perigo que tem se tornado parte da sua família – www.DrRondo.com
•Poluição de interiores: o perigo dentro da sua casa – www.DrRondo.com
•Dr. Wilson Rondó Jr.
•CRM RJ 52-0110159-5
•Cirurgião Vascular de formação e Nutrólogo
•Registro nº 058357