São turbilhões de placas espalhadas na Rocinha, até mesmo nos mais altos becos da favela, mostrando muitos rostos, alguns já velhos conhecidos com promessas mentirosas e que procuram a favela apenas em ano eleitoral, e outros novos que buscam ali seu eleitorado. São placas pregadas em lugares carentes, subdesenvolvidos, sem saneamento. É se promover em cima da pobreza e miséria. Já parou para imaginar quanto custa cada material desse?
Em meio a todo esse caos de propaganda e promessas vemos o morador, mais uma vez, sendo visto apenas como objeto de voto e sendo desrespeitado dos seus direitos básicos. Enquanto a preocupação e o foco é nas eleições, as pessoas continuam vivendo o descaso dentro da comunidade.
As reclamações são diversas: violência, falta de agua, árvore e casa caindo, falta de luz, postes em risco total, falta de atendimento médico, transporte publico lotado e as creches comunitárias sem pagamento de convênio. É a velha história: usam a favela como curral eleitoral, promovem festas, querem ganhar eleição fazendo uso da miséria do povo.
É hora de refletir e olhar bem os que buscam nos representar pois, ali, muitos votaram a favor e contra vários projetos que prejudicaram o povo e não merecem o nosso voto. Precisamos votar consciente para juntos lutarmos por uma Rocinha melhor e, assim, tirar de vez o domínio de quem nos enxerga apenas como problema e não como parte integrante da cidade.
* Davison Coutinho, 24 anos, morador da Rocinha desde o nascimento. Bacharel emdesenho industrial pela PUC-Rio, Mestrando em Design pela PUC-Rio, membro da comissão de moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, professor, escritor, designer e liderança comunitária na Comunidade.