Brasil real carrega o peso das injustiças sociais, econômicas e ambientais
Não há como negar a máxima dos dois "Brasis". O Brasil oficial, midiático, produto bem elaborado para exportação, e o Brasil real, o que carrega o peso das injustiças sociais, econômicas e ambientais.
O Brasil real é sem dúvida nenhuma o mais penalizado, sempre que as condições econômicas (voltamos a elas, ou será que algum dia as deixamos?) começam a dar sinais de problemas.
É sempre o Brasil real quem paga a alta conta nestes casos.
Este é um destes momentos. Ao caminhar pela cidade, podemos perceber o aumento da população em situação de rua e a crescente presença de vendedores e vendedoras informais.
Aumento do empobrecimento da população já vulnerabilizada e desmonte progressivo das políticas sociais, que certamente acabarão de promover uma freada brusca na possibilidade de mobilidade de grande parte de uma juventude que sonhava em mudar a história de vida de suas famílias e a sua própria.
Precisamos encontrar uma saída urgente para esse quadro devastador de perdas significativas, das frágeis mas importantes conquistas dos últimos 20 anos.
Não podemos achar tudo isso natural e resultado de uma "crise" simplesmente, sem fazermos uma profunda análise do racismo estruturante das relações todas no Brasil, e na cultura patrimonialista e coronelista do País.
Ou nos resolvemos logo e de fato, ou perdemos o bonde de uma vez.
*Colunista, Pesquisadora, Consultora na ONG Asplande e Membro da Rede de Instituições do Borel