
Maior comunicador do Brasil, Abelardo Barbosa conquistou plateias de todas as idades com seu jeito politicamente incorreto numa época marcada por censores nos estúdios de rádio e televisão. Mas a irreverência nos palcos era apenas uma das facetas de um homem tão talentoso quanto temperamental, como mostra “Chacrinha – O Velho Guerreiro” (2018).
Repetindo a parceria do teatro com Stepan Nercessian, o diretor Andrucha Waddington recria o universo de Chacrinha com propriedade, abordando sua ascensão e as consequências do gênio difícil que afetava a todos ao seu redor, inclusive seus familiares. E é no quesito família que o filme derrapa um pouco, pois não explora o Abelardo para reverenciar o Velho Guerreiro que há 30 anos balança sua pança no andar de cima.
Porém, a direção firme de Andrucha e a comunhão do elenco proporcionam ao espectador uma viagem aos bastidores da Era de Ouro da TV brasileira, mostrando, ainda, a influência do apresentador cujo programa serviu de vitrine para músicos hoje renomados. E entre a buzina e o trono, este filme fica com o segundo.
