Um show acústico aliado a outras sonoridades, com uma dinâmica única, sem cortes, onde convidados fazem parte da cena tal como a luz e os instrumentos. Essa é a proposta de “Plano sequência”, o novo show do cantor e compositor Humberto Effe. “Estava sentindo falta de fazer um show com parceiros e amigos, mas não queria só aquela coisa de chamar o convidado no palco. Precisava ser festivo pelo encontro e não pelo convite. O show não é acústico nem tem banda. Busquei uma narrativa nova, algo que não tem corte, com os artistas fazendo seu ofício”, explica Humberto. A apresentação é hoje, às 21h, no Manouche, casa de shows da Casa Camolese, no Jardim Botânico. Mauro Santa Cecília, B Negão. Jr. Tolstói, Cecília Spyer e a banda Amarelo Manga são os convidados dessa estreia.
Vocalista do Picassos Falsos, Humberto conta que ano passado estava completamente dedicado ao lançamento e shows de “Nem tudo pode se ver”, quarto disco do grupo carioca. “Como sou o principal compositor do grupo, tenho que separar muito bem as coisas e, se necessário, parar para poder me dedicar a um trabalho solo. Mas nós somos uma banda com relacionamento aberto, já separamos e voltamos várias vezes, não tem problema!”, brinca.
No palco, a voz de Humberto é acompanhada por violão, guitarra e programações, que tomando sonoridades diferentes sempre que cada convidado é integrado ao conjunto. O primeiro é Mauro Sta. Cecília: “Ele vai ser o poeta desse primeiro show. Vai falar um poema e contar a história de alguma de nossas composições”, avisa Humberto. Outro convidado da noite é o cantor B Negão. “Eu o conheci distribuindo panfletos da banda dele, muito antes do Planet Hemp, era um jovem fã do Picassos. Depois, fui acompanhando o Bernardo se tornando o B Negão. É uma admiração mútua”, comenta. O guitarrista Jr. Tostói, que produziu o recente disco do Picassos, toca “Pavão Mysteriozo”. A música de Ednardo ganhou uma releitura em uma das faixas do disco, que também tem a participação do músico.
Pelo palco passarão também a cantora Cecília Spyer - “Quando parei para escolher uma cantora para o show, o único nome que pensei foi o dela, que foi a única professora de canto que tive na vida e de quem acabei virando amigo”, conta -; a banda Amarelo Manga, com quem Humberto tem um projeto de um disco com regravações de um grande artista que ele prefere não revelar por enquanto - “Não sei como vai ser colocar uma banda dentro de um show que não tem banda, mas vai dar certo!”, brinca -; e os parceiros do Picassos Luiz Henrique Romanholi e Gustavo Corsi. O último divide a produção musical do show com Humberto. “Nós nos criamos na músicas juntos, temos uma parceria forte. Esse é um show por si só, sem disco, uma completa novidade para mim e, por isso, eu precisava de um anteparo, alguém de confiança e com uma generosidade no olhar”, elogia.
Para o repertório, Humberto trouxe compositores que fizeram parte da sua formação musical, como Sérgio Sampaio (“Eu sou aquele que disse” e “Ninguém vive por mim”), Luiz Melodia (“Estácio” e “Eu e você”), Burt Bacharach (“I will never falling love”) e Paulinho da Viola (“Coração leviano”), além de novos artistas, como Maria Beraldo (“Gata e sapatas”) e sucessos do Picassos, como “Carne e osso” e “Quadrinhos”. “Pretendo manter um repertório básico e, a cada show, de acordo com os novos convidados, fazer modificações sutis”, conta.
Humberto diz que é cedo para pensar num disco solo, mas afirma que o show pode ser um primeiro passo. “Espero que as apresentações se prolonguem. Eu penso em lançar algumas faixas em streaming. O artista hoje tem que atuar de forma mais ampla, não pode pensar só em um disco fechado”, opina.
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SERVIÇO
PLANO SEQUÊNCIA - Humberto Effe e convidados. Manouche/Casa Camolese (R. Jardim Botânico, 983 - Jardim Botânico; Tel: 3514-8200). Hoje, às 21h. R$ 60 e, R$ 40 (com 1 kg de alimento não perecível).