
Quando os filmes adolescentes se popularizaram de fato, lá pelos idos anos de 1980 e 1990, os gêneros que dominavam tais produções eram a aventura, a comédia e o romance. Nos últimos anos, o segundo foi substituído pelo drama rentável de adaptações de livros, como “A culpa é das estrelas” (The fault in our stars – 2014) e “A cinco passos de você” (Five feet apart – 2019), que estreia nesta quinta-feira (21).
Marcando a estreia de Justin Baldoni na direção de longas-metragens, o longa é ambientado no Saint Grace Regional Hospital e conta a história de dois adolescentes diagnosticados com fibrose cística que se apaixonam durante um longo período de internação, tendo como fiel escudeiro Poe (Moises Arias), jovem que também sofre da mesma doença congênita. Mas para Stella (Haley Lu Richardson) e Will (Cole Sprouse) o amor e a paixão não podem ser vividos em sua plenitude, pois eles não podem se aproximar um do outro para evitar a contaminação por bactérias, ficando sempre a seis passos de distância.

Adaptação cinematográfica do livro homônimo de Rachael Lippincott, escrito em parceria com Mikki Daughtry e Tobias Iaconis, que assinaram o roteiro, “A cinco passos de você” segue a fórmula de “A culpa é das estrelas” não apenas em sua estrutura narrativa, mas na dinâmica entre os personagens. Isto não atrapalha o filme, porém não oferece nenhum elemento original, algo que se sobressai no decorrer da trama porque expõe a falta de química entre Cole Sprouse e Haley Lu Richardson, que não conseguem transmitir à plateia a forte ligação entre seus personagens, apesar de conseguirem desempenhos corretos individualmente.
Tecnicamente simplório e assumindo estética televisiva, “A cinco passos de você” chama a atenção por relegar os pais dos personagens não a coadjuvantes, mas a figurantes, pois aparecem de forma pontual apesar de terem filhos internados em condições clínicas que inspiram cuidados. Tal ausência pode ser atribuída à opção dos roteiristas em focar somente nos adolescentes com o objetivo de abordar os sacrifícios individuais de cada um, impostos mais pelo amor do que pela fibrose cística. Desta forma, explora a mensagem de que o amor é um sentimento nobre que muitas vezes obriga o indivíduo a abrir mão da própria felicidade em prol do bem da pessoa amada.