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Crítica - Uma luta pelo futuro

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Vincent Lacoste e William Ledghil enfrentam centenas de sonhos
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Diretor e roteirista de "Primeiro Ano", Thomas Lilti, realizou um filme com todos os pontos no lugar certo. Se fosse uma prova, iria gabaritar. A propósito, a vida universitária é o centro da trama que envolve dois jovens no desafio de entrar para o exigente curso de medicina. Antoine (Vincent Lacoste) começa seu primeiro ano pela terceira vez. Benjamin (William Lebghil) chega diretamente do ensino médio, mas logo percebe que a nova jornada será difícil. Surge uma parceria de intensas reuniões de estudo.

 

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Vincent Lacoste e William Ledghil enfrentam centenas de sonhos (Foto: reprodução)

A naturalidade quase documental exibe o conflito dos jovens e as etapas de provas para entrar na cobiçada turma de medicina. O diretor cria uma identificação com a audiência. As desigualdades do sistema educacional e a pressão sobre os jovens expõem dois sentimentos. Para Benjamin é um novo desafio a ser encarado carregando o peso de um pai cirurgião. Já Antoine é um apaixonado que já está na luta por uma vaga há algum tempo. Eis a questão: quem seria melhor médico? Aquele que suporta melhor uma situação de pressão ou quem ama o ofício e deseja intensamente chegar lá.

Outra discussão do filme é a forma de seleção. A prova principal acontece num cenário monumental com mais de 2.500 estudantes num enorme auditório. O som das páginas sendo viradas, do movimento das cadeiras, da locução dos monitores são explorados num tom quase épico da jornada dos dois rapazes para o futuro. As tomadas exploram a multidão de sonhadores e seus medos e níveis de desejo de conquistar a vaga.

O clima é de filme esportivo. Uma prova de vestibular é considerada uma maratona. O diretor pensa em algo bem físico e faz uma citação de “Rocky: Um Lutador”, na clássica cena de Stallone treinando nas escadarias de Filadélfia. Aqui, os dois jovens correm e vislumbram Paris das escadarias entre uma série de sessões de leitura de pilhas de livros em momentos inspirados da montagem.

A dupla William Lebghil e Vincent Lacoste é um grande acerto.

A cumplicidade dos dois, com recursos muito originais, garante drama e humor equilibrados e cria o envolvimento da plateia com o desafio que fez e faz parte da vida de todos nós.