Com duas temporadas nos teatros no Rio de Janeiro, o espetáculo "40 anos esta noite virou livro. Escrito pelo autor e ator Felipe Cabral, a publicação será lançada nesta quinta-feira (13), às 19h, na Livraria da Travessa Botafogo, pela Giostri Editora. O livro de Felipe, que também é pesquisador da novela "Bom Sucesso" da TV Globo, apresenta uma discussão sobre as peculiaridades na formação de famílias homoafetivas, discutindo questões de sexualidade, relações parentais, estereótipos, gênero e preconceito por meio do encontro de dois casais homoafetivos, no qual uma lésbica convida o amigo de infância, gay, para que se torne o pai do filho que está tentando ter, sem sucesso, através da inseminação artificial.
“Quando surgiu o convite da Editora Giostri para publicar a peça foi uma emoção gigante, unindo minha paixão pelo teatro, literatura e ativista LGBTI+. E a experiência que venho tendo com o espetáculo é excepcional. Tenho um orgulho imenso de lançar um livro que coloca em cena protagonistas lésbicas e gays, falando sobre amor, respeito e diversidade. Espero que este meu primeiro livro contribua para um mundo mais leve e com respeito à diversidade”, comemora Felipe, que, no mês do Orgulho LGBTI+ e dos 50 anos da Revolta de Stonewall, ainda celebra o terceiro ano de “Eu Leio LGBT”, seu canal no YouTube, onde já resenhou mais de 100 livros dentro da temática.
Felipe será curador e mediador de duas mesas na Arena Jovem da Bienal do Livro 2019, evento onde, na última edição, foi curador de uma mesa sobre literatura LGBTI+. “Desta vez resolvi fazer uma sobre literatura trans, com a participação da Luísa Marilac e seu novo livro ‘Eu, travesti’, e uma outra mesa sobre literatura arco-íris, com autores LGBTI+”, conta o autor, que também é diretor artístico do FESTU (Festival de Teatro Universitário).
Felipe já se acostumou com o questionamento sobre ficar rotulado devido à sua produção constante dentro do universo LGBTI+. “O tempo me deu a resposta que esse medo era infundado. Falar sobre minhas questões como um jovem gay me deram um lugar no mundo e uma motivação para criar mais e mais”, reflete. “Quando mais novo, adoraria ter visto uma peça como '40 anos esta noite', onde me vi identificado com os conflitos e questões das personagens. Cresci sem ler livros, ver filmes ou programas com personagens gays. Como não via histórias que pareciam com a minha, me restou a sensação de não pertencimento, de estar à margem da sociedade e da norma. Criar histórias e projetos que tenham estes personagens ajuda uma nova geração a se sentir pertencente ao mundo.”